A agência da ONU
para refugiados palestinos em Gaza informou que o depósito de combustível secou
. Caso não seja reabastecido, dentro de alguns dias, a UNRWA não vai conseguir reabastecer os hospitais, remover resíduos e fornecer água potável às pessoas em Gaza. A informação foi dada pelo chefe da agência, o comissário-geral Philippe Lazzarini, nesta segunda-feira (13).
Mais de 800 mil pessoas estão sendo abrigadas pela UNRWA. Esse montante seria o equivalente à metade da população total de habitantes de Gaza. Eles fugiram de suas casas desde os bombardeios que Israel vem promovendo em Gaza há um mês. Os ataques são uma resposta ao atentado terrorista promovido pelo grupo extremista Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro.
Segundo a declaração dada por Lazzarini aos doadores, a agência estaria esvaziando lentamente o depósito de combustível na fronteira de Israel, local que tinha as reservas estratégicas. "Esse reservatório agora está vazio", afirmou o comissário.
"Se projetarmos alguns dias, até o dia 14 de novembro isso afetará gravemente as ambulâncias e as principais operações hospitalares. Alguns deles (hospitais) têm um pouco de energia solar, mas é marginal, então esses hospitais param de funcionar", disse Lazzarini.
Diversos hospitais em Gaza tiveram as suas atividades encerradas devido aos danos casados pelas investidas israelenses, e outros pela falta de combustíveis. Dentre eles, está o al-Quds, considerado um dos principais hospitais no norte de Gaza.
As Forças Armadas de Israel se recusaram em transferir uma parte do combustível para Gaza , dizendo que o conteúdo poderia ser desviado para o Hamas, visando vantagens militares.
Além do abastecimento dos hospitais, a UNRWA utiliza o combustível para remover os resíduos sólidos dos campos, que estão cada vez mais superlotados no sul de Gaza. Com o esvaziamento, os serviços serão interrompidos em breve.
A falta de combustível também afeta as usinas de dessalinização, localizadas na faixa costeira de Gaza, onde é densamente povoada. O processo é usado para o fornecimento de água potável para ao menos 290 mil pessoas. Caso não seja reestabelecido os combustíveis, as usinas deixarão de funcionar no dia 15 de novembro.