Neste domingo (8) ocorreu o último debate antes das eleições presidenciais da Argentina. No debate anterior, Javier Milei, candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto no país, havia feito declarações polêmicas a respeito do período ditatorial vivido pela Argentina nos anos 70.
Desta vez, Milei adotou como alvo o tema da crise climática. O candidato disse que, se eleito presidente, não deve cumprir com a Agenda 2030 da ONU porque, segundo ele, a mudança climática não é culpa dos seres humanos.
"Nós não vamos aderir à agenda 2030, nós não aderimos ao marxismo cultural, nós não aderimos à decadência", disse o político conhecido como ‘ultraliberal’. A declaração vai contra o posicionamento inicial do país, que assinou o Acordo de Paris há 8 anos.
O candidato não nega que as mudanças climáticas estejam acontecendo, mas acredita que são decorrentes de “um comportamento cíclico de temperaturas”. “Portanto, todas essas políticas que culpam os seres humanos pela mudança climática são falsas, e só servem para arrecadar fundos para financiar socialistas preguiçosos que escrevem documentos de quinta categoria", disse Milei.
Apesar das falas de Javier Milei, os resultados preliminares do balanço global do Acordo de Paris aponta outro cenário: atualmente, a previsão de aumento das temperaturas globais está entre 2,4°C e 2,6°C até o final do século. De acordo com o documento, serão necessárias medidas mais ambiciosas em relação às formas de consumo, produção e de comportamento — medidas que colocam o ser humano como agente principal dessa mudança.