O governo da Dinamarca, por meio do ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, apresentou um projeto de lei que proíbe a queima de livros religiosos em locais públicos – incluindo o Alcorão, livro sagrado do Islã. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (25), após manifestantes anti-islã terem queimado cópias do livro sagrado em junho, em frente às embaixadas do Egito e Turquia em Copenhague, capital dinamarquesa.
Após o ocorrido, em julho deste ano, houve uma série de protestos em países de maioria muçulmana contra a profanação do Alcorão. Os atos aumentaram a pressão para que os países do continente imponham medidas legais contra manifestações do tipo. O texto ainda precisa ser aprovado no Parlamento dinamarquês.
O ministro da Justiça da Dinamarca informou que o texto pretende proibir o "tratamento inadequado" de objetos com significado religioso. Assim, a nova medida também prevê proteção legal a Bíblia e a Torá, além de símbolos como o crucifixo. Como pena aos infratores, a proposta prevê multa e até dois anos de prisão.
"Acredito fundamentalmente que existem formas mais civilizadas de expressar as opiniões em vez de queimar coisas", afirmou Hummelgaard em coletiva de imprensa. "Não podemos ficar de braços cruzados enquanto alguns indivíduos fazem tudo o que podem para provocar reações violentas".
A Suécia, vizinha da Dinamarca, também estuda formas de limitar as profanações do livro sagrado para reduzir a tensão. Eventos recentes levaram as autoridades suecas a aumentarem o nível de ameaça terrorista.
Isso porque o país foi igualmente palco de manifestações anti-islã: uma cópia do Alcorão foi queimada em frente a uma mesquita em Estocolmo, cujo protesto havia sido autorizado pela polícia sueca. Em resposta, manifestantes fervorosos invadiram a embaixada da Suécia no Iraque.