Em um grupo do aplicativo Telegram, simpatizantes do Estado Islâmico trocaram mensagens sugerindo que a Itália seria o próximo alvo dos ataques terroristas dos jihadistas na Europa Ocidental.
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De acordo com o portal SITE Intelligence Group, que monitora as atividades dos extremistas na internet, os jihadistas do Estado Islâmico fizeram, no aplicativo de mensagens instantâneas, apelos por ataques à Itália, um dos países que simbolizam a civilização ocidental e o cristianismo.
Hoje, a Itália é a única grande nação da Europa Ocidental que ainda não sofreu atentados do grupo terrorista, ao contrário do Reino Unido, da França, da Alemanha e da Espanha. No entanto, a península é um potencial alvo dos extremistas.
Afinal, a cidade de Roma é membro da coalizão internacional que combate a milícia jihadista, oferecendo suporte principalmente para operações na Líbia e na região de maioria curda do Iraque. Além disso, abriga o Vaticano, centro da Igreja Católica.
Ameaças do grupo extremista contra a Itália não são novas. Os terroristas já divulgaram na web vídeos simulando ataques a Roma, tida pelos jihadistas como um símbolo do cristianismo e dos "cruzados". Um deles mostra tanques de guerra avançando contra o Coliseu, monumento mais visitado da cidade.
Não é por menos, então, que o alerta contra o terrorismo no país está no nível dois, aquele imediatamente anterior ao de um "ataque em curso".
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Com isso, as principais cidades italianas vêm reforçando suas medidas de segurança constantemente e ainda estudam formas de aumentar o controle, sobretudo contra caminhões e veículos de aluguel com motorista – método de ataque utilizado recentemente pelo grupo.
A Prefeitura de Roma também avalia a hipótese de instalar novas barreiras físicas em "pontos sensíveis", como a via del Corso, que liga as praças Venezia e del Popolo, atravessando o centro da cidade, e a via dei Fori Imperiali, que conecta a praça Venezia ao Coliseu.
O objetivo é impedir que veículos de grande porte invadam zonas de concentração de pedestres, como aconteceu na Espanha, na última quinta-feira (17).
No projeto avaliado pelo governo municipal, as barreiras não bloqueariam totalmente o tráfego de automóveis, mas sim criariam percursos em "zigue-zague", o que dificultaria o acesso e diminuiria a velocidade de um carro que tentasse fazer o percurso.
Não foi o alvo, mas serviu de passagem
Embora não tenha sido alvo de qualquer atentado terrorista até hoje, a Itália já foi citada em diversas notícias sobre terrorismo e teve sua força de segurança a trabalho em dois ataques reivindicados pelo grupo. Isso porque, em ambos os casos, o país serviu de passagem para os terroristas.
O primeiro deles foi o tunisiano Anis Amri, que matou 12 pessoas com um caminhão em um mercado de Natal em Berlim, na Alemanha, em dezembro de 2016.
Depois do atentado, ele fugiu para o território italiano, onde ficara preso durante quatro anos por roubo - acredita-se que o tunisiano tenha se radicalizado na cadeia. Amri foi morto pela polícia em Sesto San Giovanni, nos arredores de Milão, no dia 23 de dezembro.
O segundo é o ítalo-marroquino Youssef Zaghba, um dos autores do atentado de 3 de junho em Londres, que deixou oito mortos.
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Morador de Valsamoggia, na Emília-Romana, Zaghba já era acompanhado pelos serviços de inteligência da Itália, que alertaram o Reino Unido sobre sua presença em território britânico. O terrorista foi morto pela polícia de Londres.
* Com informações da Agência Ansa.