O eclipse solar de hoje poderá ser visto de algumas regiões brasileiras, mas cuidado, ele pode causar cegueira
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O eclipse solar de hoje poderá ser visto de algumas regiões brasileiras, mas cuidado, ele pode causar cegueira


Você deve ter visto que um eclipse solar total atinge a Terra nesta segunda-feira (21), deixando parte dos Estados Unidos no escuro, também podendo ser observado em algumas regiões brasileiras. A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) está com um link ao vivo para acompanhar o fenômeno . Para acompanhar o eclipse, porém, é preciso seguir algumas normas de seguranças, caso contrário, sua visão pode sofrer danos irreparáveis.

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Não, não é mentira: olhar diretamente para um eclipse solar pode te deixar cego. De acordo com o optometrista Ralph Chou, da Universidade de Waterloo, Canadá, o problema em si não é o eclipse , mas a prolongada exposição ao sol. Assim, tanto eclipses parciais quanto um total (como o de hoje) podem prejudicar o sistema visual. Em entrevista para o portal “NPR News”, o cientista explicou que a exposição à luz solar pode danificar as células da retina – membrana responsável por capturar a imagem e enviá-la para o cérebro – em um processo que não pode ser revertido.

As pessoas afetadas pelo sol não costumam perceber os sintomas até algumas horas após a observação, e segundo a oftalmologista Sveta Kavali, da Universidade de St. Louis, “os raios UV induzem uma reação fotoquímica que afeta os fotorreceptores da retina, responsáveis pela visão central”, explica em vídeo publicado pelo Facebook da Universidade.

Kavali ressalta que é importante sempre usar a proteção recomendada para observar fenômenos solares ou até mesmo olhar para o sol em condições normais. Porém, durante eclipses, as normas de segurança são bem específicas. Além de não olhar para a estrela em nenhum momento, esqueça os óculos de sol, negativos de fotografias ou binóculos comuns, você vai precisar de uma proteção especial para acompanhar o evento.

O recomendado, segundo o portal “SCTimes”, é usar um óculos específico, feito com filtro astronômico – encontrado apenas nos EUA – ou contar com uma máscara de solda com vidro de tonalidade 14.

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O caso de Louis Tomososki e Roger Duvall

Para Chou, as pessoas mais propensas a sofrerem as consequências dos eclipses são as mais novas. “Normalmente, são os jovens do sexo masculino, de adolescentes a jovens adultos, que não pensam sobre proteção em diversas circunstâncias”, explica. Endossando a teoria do optometrista, dois jovens americanos relataram, durante o fenômeno solar de 1963, perder parcialmente sua visão.

Segundo o “Washington Post”, Louis Tomososki e Roger Duvall, amigos desde a infância, tinham 16 anos quando presenciaram a lua encobrir o sol. Moradores da cidade de Portland, Oregon, nos Estados Unidos, os dois observaram o fenômeno sem nenhuma proteção em seus olhos.

Durante os minutos em que viram a lua “morder” o sol, tudo parecia mágico, mas 54 anos depois do ocorrido, eles se arrependem da falta de cuidado. “Nós não sabíamos, naquele momento, que estávamos danificando nossa visão ”, Duvall contou ao jornal. “Naquela hora, nós achávamos que éramos invencíveis, como a maioria dos adolescentes também acha”.

Alguns minutos após o evento, eles perceberam que algo estava errado com a sua visão. Preocupados, os dois foram ao médico e, após uma série de exames, descobriram que suas retinas estavam prejudicadas de forma permanente. 

Sobre o fenômeno de hoje, Tomososki se mostrou preocupado, já que muitas pessoas podem comprar óculos falsos, que não oferecem proteção o suficiente. Além disso, muitas crianças desavisadas, segundo o americano, podem olhar diretamente para o sol e desenvolver problemas oculares.

“Minha pergunta é: na manhã da terça, quando o eclipse estiver acabado, as pessoas vão me ligar dizendo: ‘Lou, você viu quantas pessoas prejudicaram seus olhos?’ E eu não quero ouvir isso. Se eu puder salvar uma única pessoa de ter um problema catastrófico em seus olhos, eu fiz uma coisa boa”.

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