Após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), se encontrar com o ex-presidente José Sarney - num aceno ao MDB - e de ligar para o governador do estado de Alagoas, Renan Filho, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), reiterou que não foi procurado por interlocutores do Planalto e que o momento não é propício para encontros com o atual chefe do executivo federal.
Segundo Calheiros, "da mesma forma que não é recomendável eu me encontrar com o ex-presidente Lula, também não é recomendável um encontro com o presidente Bolsonaro. Como relator, tenho que manter a isenção".
Isso não significa que o senador tenha 'fechado as portas' para o governo. Renan aproveitou para dizer que recebe "com prazer qualquer interlocutor do governo, menos Onyx Lorenzoni".
Isso porque Onyx, atual ministro da Secretaria-Geral, articulou para que Davi Alcolumbre (DEM-AP) vencesse a presidência do Senado Federal num embate contra Calheiros, em 2019. Atualmente, o cargo de coordenador do governo na CPI da Covid está em disputa entre Lorenzoni e Luiz Eduardo Ramos, ministro da Casa Civil.
De acordo com Renan, o governo federal se equivoca em levar as investigações para o âmbito municipal e estadual e, com isso, há base para que Anderson Torres , ministro da Justiça, seja convocado para explicar sua 'ameaças' aos trabalhos da CPI.
"O jogo deles é levar as investigações
para os estados. O ministro da Justiça está se autoconvocando, porque quer usar a Polícia Federal
como polícia política", criticou Calheiros.