Não foi apenas o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) que se mobilizou com seus congressistas aliados e da base do governo contra a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Os governos Collor, FHC e Lula já tentaram mobilizar as suas bases para barrar as investigações. Apenas o tucano conseguiu evitar que a comissão fosse instaurada a compra de votos.
Em 2005, aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentaram retirar nomes da lista de assinaturas do requerimento para a CPI dos Correios. O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo, iniciou uma série de telefonemas , mas o esforço não foi bem sucedido e a criação da comissão sobre o escândalo do mensalão foi instaurado.
Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados entre 2005 e 2007, comentou à época que "CPI é um tiro no peito do governo. Se o governo tiver uma couraça muito forte, ele escapa, sobrevive. Agora, se tiver em dificuldades no Congresso, como foi o caso do presidente Collor, não aguenta”
Fernando Collor foi outro que não conseguiu mobilizar sua base para reverter o jogo político e perdeu a abertura da CPI que investigou seu governo e provocaria seu impeachment , em 1992.
Benito Gama, então presidente da Câmara dos Deputados durante o governo Collor, afirmou que "para uma CPI dar certo e funcionar, é preciso que os partidos entrem nela politicamente, não apenas os deputados e senadores que a compõem".
Já Fernando Henrique Cardoso (FHC) conseguiu exterminar a comissão da compra de votos para reeleição , em 1997. O tucano, porém, não teve o mesmo sucesso ao tentar impedir a investigação sobre outro escândalo em seu governo, o caso Sivam, de 1995.