Witzel discorda de federalização do caso Marielle e questiona competência da PF
Nelson Perez / GovRJ
Witzel discorda de federalização do caso Marielle e questiona competência da PF

O governador Wilson Witzel reagiu nesta quarta-feira (18) ao pedido de federalização do caso Marielle. Ele disse discordar que a investigação sobre os mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, que trabalhava como motorista na ocasião, fique com a Polícia Federal. Em seu último dia como procuradora da República,  Raquel Dodge pediu a federalização da investigação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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"Tenho respeito pelos delegados de Polícia Federal, mas sabem investigar lavagem de dinheiro, tráfico internacional, corrupção. A PF não tem expertise nenhuma na investigação de crimes de homicídio", disse Witzel . "Será que a Polícia Federal tem mais capacidade técnica do que as polícias para investigar? A PF não tem departamento de homicídios", acrescentou, durante evento na Academia Estadual de Polícia Sylvio Terra (Acadepol).

O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo Nunes, declarou que a Polícia Civil do Rio chegará aos mandantes do crime .

"Tivemos um pedido de federalização, mas podemos afirmar que nós vamos chegar nos mandantes. Se tiverem, nós vamos chegar. Esses desmembramentos já geraram frutos. Temos alguns desmembramentos em andamento e em breve, nós teremos algumas respostas e pessoas serão presas", disse o delegado Antônio Ricardo Nunes.

Caso o pedido de federalização seja aceito pelo STJ, caberá à Justiça Federal , e não mais ao Judiciário local, o julgamento do caso. No mesmo pedido de deslocamento da competência para julgamento, Dodge apresentou pedido de abertura de um novo inquérito contra suspeitos que teriam participado de uma "encenação de investigação" para conduzir a apuração a falsos mandantes e esconder a verdadeira autoria dos assassinatos.

O pedido foi feito após a procuradora analisar a tentativa de obstrução das investigações. Durante o processo de análise da federalização do caso, uma cópia da investigação que estava em andamento na Justiça do Rio foi solicitada pela procuradora, mas o compartilhamento de informações foi rejeitado pelo juiz responsável pelo caso.

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Além da federalização e a abertura de um novo inquérito, Dodge apresentou denúncia no STJ contra o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão, o delegado da Polícia Federal (PF) Hélio Kristian e mais quatro pessoas. Segundo a procuradoria, todos tentaram atrapalhar as investigações. "Eles todos participaram de uma encenação, que conduziu ao desvirtuamento", afirmou a procuradora.

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