Racismo na zona sul de SP: 'Ela me deu dois tapas na cara e, em seguida, apertou meu rosto com as unhas', diz vítima
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Racismo na zona sul de SP: 'Ela me deu dois tapas na cara e, em seguida, apertou meu rosto com as unhas', diz vítima

"Mais uma vez, apanhei por ser uma mulher preta", desabafou, nesta quarta-feira (25) a youtuber Alanne França, em suas redes sociais. Pelo Twitter e pelo Facebook, a estudante de 21 anos publicou sua dor e narrou o episódio ocorrido na avenida Interlagos, zona sul de São Paulo, quando foi vítima de racismo dentro de um ônibus. 

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Segundo o depoimento da jovem, a autora do que foi entendido pela Justiça como 'injúria racial' foi uma senhora de 62 anos, que a atacou com ofensas e a agrediu com um arranhão no rosto, durante uma discussão no transporte público. O episódio de racismo , classificado pela vítima como "a pior e uma das maiores humilhações" que ela já passou na vida, foi registrado em fotos e vídeos. 

De acordo com a publicação de Alanne, a cena teve início quando uma criança pisou no pé da idosa, que estava sentada ao lado da youtuber. Imediatamente, a senhora começou a ofender a criança, o que fez Alanne intervir e pedir para a situação se acalmar.

"Senhora, não precisa xingar assim, ela já pediu desculpas", disse a youtuber, recebendo, como resposta da idosa, xingamentos de "macaca" e "preta nojenta". Na sequência, mesmo com todos no ônibus chamando a senhora de racista , a briga continuou. 

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"Ela só respondia 'olha pra ela, olha essa preta nojenta'. Enquanto ela dizia isso, ela me deu dois tapas na cara e, em seguida, apertou meu rosto com as unhas. Isso cortou ele. Meu rosto começou a sangrar", conta a jovem em seu depoimento. 

Injúria racial ao invés de racismo

Jovem foi atacada por idosa de 62 nesta quarta-feira (25); o nome da agressora acusada de racismo não foi revelado
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Jovem foi atacada por idosa de 62 nesta quarta-feira (25); o nome da agressora acusada de racismo não foi revelado

A Polícia Militar foi acionada e deu voz de prisão em flagrante para a idosa, que foi conduzida até a delegacia, depois de ser impedida de descer do ônibus. Lá, a senhora efetuou o pagamento de fiança no valor de R$ 1 mil reais e foi liberada. O caso foi registrado como injúria e lesão corporal no 99º DP (Campo Grande).

Nas redes sociais, a vítima do episódio lamenta a facilidade com a qual o caso foi resolvido, pela parte da agressora, e disse que "o pouco de fé que tinha na humanidade foi embora". 

"O que me deixa triste é ela ter assinado por injúria racial , que é fiançável, e não por racismo, que é inafiançável. Agora vai ser um corre danado para processar essa mulher", disse. "Eu vou processar, mas não acho que ela vá sequer aparecer numa audiência", assumiu a jovem.

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Ainda segundo ela, a filha da agressora disse que sua mãe sofre da doença de Alzheimer e, por isso, não responde pelos seus atos. O caso de racismo ainda será investigado. 

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