Até o início da manhã desta sexta (28), os ônibus estão parados nas garagens por causa da greve geral
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Até o início da manhã desta sexta (28), os ônibus estão parados nas garagens por causa da greve geral

A circulação de ônibus e de trens da CPTM e do Metrô em São Paulo ainda é impactada pela greve geral e protestos promovidos desde o início da manhã desta sexta-feira (28) por nove centrais sindicais e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A paralisação foi aderida por  várias categorias profissionais , que protestam contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo federal.

Apesar de o presidente Michel Temer até o momento não ter se pronunciado a respeito dos protestos e da greve geral de trabalhadores, o Palácio do Planalto informou que acompanha a greve e as manifestações. O entendimento é de que as mobilizações vão transcorrer todas dentro da normalidade e ficarão restritas às grandes cidades .

Na capital paulista, a Avenida Paulista já está totalmente interditada nos dois sentidos, entre a Rua da Consolação e a Alameda Campinas. A principal avenida da cidade recebe um dos protestos agendados para hoje, que têm também atos ocorrendo no Viaduto do Chá, em frente à Prefeitura de São Paulo, e no Largo da Batata, na zona oeste da cidade. Este último deve reunir o maior número de manifestantes.

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Por volta das 17h desta sexta-feira, a maioria dos ônibus que operam na capital paulista permanecia estacionada, com apenas 5,5 mil veículos nas ruas (a frota total é de 14,7 mil ônibus, segundo informação do portal especializado  Diário do Transporte ). Já no Metrô, as estações das linhas 3-Vermelha e 15-Prata não abriram os portões hoje devido à greve geral.

Enquanto nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô a situação está normalizada, nas demais linhas a operação é apenas parcial. Os trens da linha 1-Azul circulam no trecho entre Saúde e Luz com exceção da estação Sé, que permanece fechada. Na linha 2-Verde, a operação ocorre trecho entre Ana Rosa e Vila Madalena. 

Já em relação aos trens da CPTM, todas as linhas operam parcialmente. Na linha 7-Rubi, os trens circulam somente no trecho entre a Luz e Pirituba. Na linha 8-Diamante, o serviço funciona no trecho entre Barra Funda e Osasco. Na linha 9-Esmeralda, há operação entre Pinheiros e Jurubatuba. Na linha 10-Turquesa, os trens atendem às estações no trecho do Tamanduateí ao Brás. Na linha 11-Coral, os usuários da CPTM são atendidos da Luz ao Tatuapé. E, por fim, a sinha 12-Safira opera no trecho da USP Leste ao Brás.

Em razão da paralisação, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes adotou desde o início do dia uma série de medidas para facilitar o trânsito em São Paulo. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) liberou o rodízio nesta sexta, além da Zona Azul, o uso das faixas de ônibus e dos corredores para veículos como táxis, fretados e carros com mais de um passageiro. Com a greve geral, a capital paulista registrou 16 km de lentidão por volta das 10h, segundo a CET.  

Ônibus

Os ônibus ficaram parados nas garagens durante toda a manhã, apesar de liminar obtida na Justiça pela Prefeitura de São Paulo na última quarta-feira (26). A liminar obrigava que o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo mantivesse a frota mínima de 80% dos ônibus da rede municipal de transporte para linhas com itinerários que passem por hospitais e demais casas de cuidado à saúde, além de 60% para os horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 19h). Em caso de descumprimento, foi fixada multa de R$ 500 mil por hora.

Ainda pela manhã, alguns micro-ônibus voltaram a circular no Butantã, zona oeste da capital, e na região do Campo Limpo, no sul da cidade.

Estação Barra Funda, do Metrô de São Paulo, paralisada por causa da greve geral desta sexta-feira (28)
Reprodução/Facebook CUT São Paulo
Estação Barra Funda, do Metrô de São Paulo, paralisada por causa da greve geral desta sexta-feira (28)




Em nota, o Metrô disse que a paralisação dos metroviários prejudica o transporte de mais de 4 milhões de usuários. Na última quarta-feira (26), o Governo do Estado conseguiu na Justiça uma liminar que determinava "que os sindicatos se abstenham de promover a greve total ou parcial dos serviços públicos de transporte metroviário e ferroviário". O descumprimento da decisão acarretará multa de R$ 937 mil aos sindicatos.

Conforme o Metrô, a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT da 2ª Região) determinou que a categoria mantenha o funcionamento do sistema em 80% nos horários de pico e 60% nos demais horários sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 100 mil. Segundo a empresa, o trabalhador que faltar hoje terá o dia descontado do salário.

CPTM

Na linha 8-Diamante, por volta das 8h, quando um trem iria começar a operação, houve vandalismo na rede aérea. Foram jogados objetos na rede aérea entre as estações Presidente Altino e Osasco, impedindo a circulação. Em nota, a companhia afirmou que está providenciando a retirada dos objetos para iniciar operação em trechos da linha 8-Diamante e registrará boletim de ocorrência.

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Vias bloqueadas

Manifestação na Av. Giovani Gronchi, em São Paulo
Reoprodução/Facebook MTST/Alice Vergueiro
Manifestação na Av. Giovani Gronchi, em São Paulo

A CET registrou pela manhã bloqueios de vias em diversas regiões da cidade de São Paulo no início desta sexta-feira. 

Zona Sul – Avenidas Giovanni Gronchi, Prof. Francisco Morato com Rua Puréus e Brigadeiro Faria Lima (sentido Itaim)
Zona Oeste - Rua Afrânio Peixoto, no Butantã
Central - Manifestação em passeata interdita Av. Ipiranga, sentido único pista da esquerda, próximo a Av. São João. Bloqueios nas avenidas Higienópolis, Rio Branco e Cásper Líbero

Estradas: Rodovia Anchieta na chegada à capital, Presidente Dutra (km 212, em Guarulhos, sentido Rio), Anhanguera, na saída de São Paulo no sentido interior e Régis Bittencourt (km 284).

A Polícia Militar atua contra manifestações a fim de liberar vias.



Protestos

Diversos atos aconteceram desde o início da manhã desta sexta-feira, sendo que muitos já foram dispersados até a metade da manhã. Entre os protestos, houve:

Rodovia Marechal Rondon, sentido interior de São Paulo, interditada por manifestantes
Reprodução/CUT São Paulo
Rodovia Marechal Rondon, sentido interior de São Paulo, interditada por manifestantes

Manifestação em passeata interdita Estrada do M' Boi Mirim, sentido centro, junto à rua Vicenzo Catena, na zona sul.

Manifestação interdita Av. Vital Brasil no sentido centro, junto à rua Pirajussara, na zona oeste. 

Manifestação interdita Av. Prof. Francisco Morato sentido Centro, junto à rua Puréus, na zona oeste. 

Manifestantes atearam fogo em barricadas próximo ao Aeroporto de Guarulhos na madrugada desta sexta
Reprodução/CUT São Paulo
Manifestantes atearam fogo em barricadas próximo ao Aeroporto de Guarulhos na madrugada desta sexta

Manifestação interditou a Via Anchieta, sentido S.Paulo, junto do Complexo Escola Eng. Mackenziem na zona sul. 

Manifestação interditou a rua Cel. Xavier de Toledo sentido único, junto ao Viaduto do Chá, na zona central. 

Manifestantes bloquearam a Av. Ragueb Chohfi, ambos os sentidos, junto da Av. Jacupessego, na zona leste.

Manifestação em passeata interditou três faixas da Av. Brig. Faria Lima sentido Itaim junto R. Angelina Maffei Vita. 

Também houve manifestação em passeata interditando a Rua da Consolação, no sentido bairro junto a R. Caio Prado, na zona central. 

Bancos

As agências bancárias estão fechadas após adesão do sindicato à paralisação.

Paralisação nacional

Centrais sindicais convocaram greve nacional contra reformas trabalhistas e da Previdência
Reprodução/Facebook CUT São Paulo
Centrais sindicais convocaram greve nacional contra reformas trabalhistas e da Previdência

Entre os organizadores da greve geral, estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. As reformas da Previdência e trabalhista tramitam no Congresso Nacional, sendo defendidas pelo presidente Michel Temer e sua base governista.

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