Nísia Trindade no Roda Viva
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Nísia Trindade no Roda Viva

Nesta segunda-feira (7), a ministra da Saúde, Nísia Trindade , afirmou no programa Roda Viva , da TV Cultura , que a crise humanitária no território Yanomami está ligado diretamente aos último 4 anos de governo, ou seja, a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro . Ainda de acordo com a ministra, o cenário atual é "fruto de um descaso" .

“A situação que vivemos hoje é fruto de um descaso. Gosto de definir que o descaso é uma política também. O descaso mostra uma falta de visão de assistência necessária e compromisso constitucional que o Estado tem. Esse quadro mais grave está muito ligado aos últimos 4 anos de governo. Eu não tenho dúvida disso”, afirmou.

Os indígenas, principalmente da região de Roraima, passam, atualmente, por uma crise sanitária, com casos de malária, desnutrição grave e outras doenças. A presença de garimpos ilegais no território é apontado como a principal causa do quadro.

De acordo com a ministra, o problema na região é consequência de uma “desorganização” do modo de vida indígena. “ A realidade dos yanomamis é de agravamento pelo garimpo ilegal, que se expandiu terrivelmente nos últimos anos, e que gerou uma desorganização do modo de vida […] É um quadro muito grave”, disse.

No entanto, apesar de apontar que a situação no território Yanomami não terá uma “solução plena de curto prazo”, a Nísia Trindade disse que o Ministério da Saúde trabalha com ações emergenciais, como, por exemplo, a mobilização da Força Nacional do SUS (Sistema Único de Saúde) e o decreto de emergência sanitária por desassistência.

Durante a entrevista, a chefe da pasta da Saúde também fez comentários a respeito da volta do Mais Médicos no governo Lula. Nísia disse que a meta da Sáude é ter o “desenho” do programa e a realização da nova edição até março de 2023.

“Temos uma lei dos Mais Médicos–que vamos nos basear– mas o que vamos fazer é estudar formas de maior incentivo aos médicos formados no Brasil. Isso é uma prioridade […] Vamos trabalhar dentro do quadro de lei para garantir o provimento de médicos onde não há”, disse. “É um problema muito grave no Brasil”, completou.

Nísia Trindade afirmou, mais uma vez, que as medidas propostas pela nova gestão do ministério só é possível graças à PEC (Proposta de Emenda à Constituição fura-teto) que, segundo ela, garantiu “programas essenciais que haviam sofridos cortes no último governo”.

Plano para aumentar a vacinação

A ministra ainda revelou quais são os planos da sua pasta para aumentar o número de pessoas vacinadas no Brasil. Ela relatou que o governo Lula trabalhará para que diminua o discurso negaconista no país e mais pessoas aceitem ser imunizados.

“Nós temos uma tradição de 50 anos do programa de imunização. Já tivemos uma imunização do sarampo e da poliomielite de 90%, que é o que queremos chegar, e hoje não chegamos em 70%. Eu, junto com a minha equipe e com o presidente Lula, a ideia de um movimento nacional em favor da vacinação ”, comentou em entrevista ao Roda Viva , da TV Cultura.

“Também fizemos reunião junto com o Conselho de Secretários Estaduais para chegarmos a meta. O Ministério da Saúde é pouco para fazer tudo isso sem os governos estaduais e municipais. É preciso que tenha uma adesão de todos, inclusive dos meios da comunicação e da população”, acrescentou.

Ela explicou que o seu principal foco no mês de fevereiro é a vacinação de reforço da Covid-19. A ministra dará prioridade para quem tem comobidade para depois focar nos outros públicos.

“Primeiro o reforço a rotina. Transformamos o programa nacional de vacinação em um departamento para ter mais força nessa atividade. Em fevereiro, vamos começar com a vacinação de reforço da Covid-19 com as pessoas mais vulneráveis, como idosos, indígenas, trabalhadores da saúde, quem tem comobidade, enfim, pessoas com maiores riscos”, comentou.

Credibilidade da vacina

Nísia detalhou que as crianças e adolescentes serão prioridade na vacinação, e que usará os meios de comunicação para conscientizar a sociedade para solucionar o problema da vacinação.

“A informação, a conscientização, a explicação e a sensibilidade ajudarão. Por isso vamos trazer de volta o Zé Gotinha”, completou.

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