O ex-presidente Michel Temer (MDB)
Cesar Itiberê/PR - 21/12/2018
O ex-presidente Michel Temer (MDB)

Enquanto o  ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca atrair o apoio do MDB para a sua candidatura, o PT aprovou nesta quarta-feira um documento com ataques ao governo  Michel Temer (2016-2018). O texto também chama o impeachment de Dilma Rousseff de "golpe".

A declaração política foi aprovada por delegados do partido durante encontro que confirmou a chapa Lula-Alckmin para a eleição. Aprovado como vice, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e o seu partido na época, o PSDB, apoiaram o impeachment.

"O projeto de país com crescimento, distribuição de renda, políticas de bem-estar social, plenas liberdades democráticas e soberania foi interrompido por meio do golpe do impeachment da presidenta Dilma, em 2016, que levou ao poder um projeto neoliberal e fez o Brasil retroceder em conquistas sociais, políticas públicas e investimentos do estado para o crescimento e geração de empregos e renda", afirma um trecho do documento.

Na segunda-feira, Lula se reuniu, em São Paulo, com lideranças do MDB de nove estados. Os presentes declararam apoio ao petista. No dia seguinte, parte desse grupo se encontrou com Temer e conseguiu do ex-presidente apoio para tentar adiar a convenção do partido, marcada para o dia 27 com o objetivo de oficializar a candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à Presidência da República.

A ala lulista do MDB quer convencer o partido a desistir da candidatura própria e apoiar Lula. Há intenção até de promover um encontro entre os dois ex-presidentes. De acordo com aliados, Temer se incomoda com as críticas que os petistas fazem ao seu governo e também quando os integrantes do partido de Lula se referem a ele como "golpista".

O documento faz ainda ataques duros ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, nas palavras dos petistas, "aprofundou o projeto ultraneoliberal, gerou desemprego e pobreza, abandonou a população ao longo da pandemia e trouxe de volta a fome ao país". "Nunca antes um presidente eleito atacou tão sistematicamente a Constituição, os direitos, as leis, as instituições, a civilidade, a ciência e as liberdades democráticas", afirma.

Os petistas também dizem no texto "estas eleições se caracterizam pela opção do país entre a democracia e o autoritarismo que Bolsonaro encarna".

A chapa Lula-Alckmin foi aprovada por 94% dos votos(599 x 34, com duas abstenções). A corrente Articulação de Esquerda se manifestou contra. No diretório nacional, que possui menos integrantes mas mantém a proporcionalidade na distribuição de cadeiras entre as correntes, a aprovação, em abril, havia sido por 81% de votos favoráveis. Nesta quinta-feira, o partido faz a sua convenção.

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