O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira
Fernando Frazão/Agência Brasil - 05.04.2022
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, diz que segue acreditando em uma aliança com o PT que englobe as candidaturas de Marcelo Freixo para o governo do Rio e Alessandro Molon para o Senado. Em meio às trocas de farpas entre os dois correligionários, que duelam pela vaga do partido na coligação com os petistas, Siqueira diz que "a bola está com o PT, que precisa decidir essa questão". Ele defende o nome de Molon para o Congresso, a despeito de um acordo citado por Freixo, que teria sido alinhavado com o PT no ano passado.

Pelo combinado, cada um dos partidos teria direito a uma indicação. Siqueira afirma que o PSB oferece ao palanque de Lula no estado "os dois melhores parlamentares do Brasil" e cobra o apoio, como alento à frustração pessebista em estados, como Santa Catarina.

"Essa questão (sobre a candidatura de Molon ao Senado, concomitantemente à de André Ceciliano) será resolvida no Rio de Janeiro. O PT que precisa ser mais generoso conosco, já que não nos deu o apoio em Santa Catarina. Estamos oferecendo os dois melhores deputados do Brasil a eles, acho que chegou a hora de resolvermos. Lula precisa fazer campanha em paz, sem essa pressão", afirma.

Siqueira afirma não ver problemas no fato de o Rio ter dois palanques ao Senado com apoio a Lula.

"Molon é o presidente regional do PSB e o mais bem colocado nesse campo da esquerda. Segue sendo nosso nome para o Senado, mas isto será resolvido nos estados. Não acredito que o PT ameace retirar o apoio ao Freixo, caso o Molon siga candidato. Eles (os petistas) sabem do nosso esforço por alianças em todos os estados. Não fariam isso", completou.

Dirigentes do PT, por outro lado, vêm insistindo que somente vão aceitar o nome de André Ceciliano (PT) na chapa de Lula no estado. O presidente do PT fluminense, João Maurício de Freitas, já chegou a afirmar que o partido pode romper a aliança em torno de Freixo caso o PSB não retire a candidatura Molon.

A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann também vem insistindo que não há como o PSB ficar com as duas vagas para as disputas majoritárias num estado tão estratégico para as eleições como o Rio de Janeiro. Membro do diretório nacional do PT, Alberto Cantalice afirmou nesta terça-feira que defender outra formação de palanque não seja composta por Lula, Freixo e Ceciliano é "oportunismo".

“Essa é a chapa das forças progressistas no Rio de Janeiro. Fora disso é diversionismo, pragmatismo e oportunismo. Viva a unidade! #Lula #Freixo e #AndreCeciliano”, publicou Cantalice em seu Twitter.

O ápice da crise envolvendo PT e PSB no Rio ocorre às vésperas da chegada de Lula à capital fluminense. O ex-presidente fará um ato político na quinta-feira reunindo todas lideranças que costuram sua chapa.

No domingo, Freixo reivindicou que Molon “cumpra o acordo” entre eles e abdique da eleição ao Senado. Segundo Freixo, o correligionário se comprometeu a abrir mão da disputa, caso fosse formada uma aliança ampla ao governo.

Em reação, Molon, em entrevista ao colunista Bernardo Mello Franco, do GLOBO, negou a existência do acordo e afirmou que não há hipótese de abdicar da eleição ao Senado. Ele se disse “perplexo” com a cobrança de Freixo para que desista da candidatura majoritária.

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