Ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello
Foto: Anderson Riedel/PR
Ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello

O governo Bolsonaro não comprou uma quantidade de vacinas do consórcio Covax Facility , em setembro de 2020, suficientes para imunizar metade da população brasileira, como foi oferecido, e resistiu a aderir a compra coordenada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em uma publicação exclusiva de Crusoé, foram divulgados vídeos de reuniões que mostram que o ministério da Saúde ignorou os alertas do Itamaraty, de que seria uma operação arriscada, e aderiu à iniciativa coordenada pela OMS em quantidade mínima, com a compra de doses para apenas 10% da população. 

Pazuello disse que não aceitou a oferta de 50% porque a negociação era "nebulosa". O então ministro também mentiu sobre o preço inicial da vacina, que alegou ser de 40 dólares a dose .

No vídeo divulgado, a embaixadora do Brasil em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo, deixa claro que o valor inicial da dose era de 20 dólares e que, logo depois, foi reduzido para 10,55 dólares. “O preço da dose baixou bastante. De 20 foi para 12…entre 12 e 16… e agora está sendo apresentado para nós a 10 dólares e 55 centavos”, disse. 

Sete meses depois, o ministério da Saúde, sob o comando de Pazuello, negociava a Covaxin por 15 dólares.

A embaixadora também alerta, em um dos vídeos, sobre a repercussão política de não aderir ao consórcio. Fábio Marzano, secretário de Soberania e Cidadania do Itamaraty, braço direito do então chanceler Ernesto Araújo , chega a falar que o país viveria "um inferno" pela falta de vacinas se não aderisse à proposta. "Acho muito difícil não termos ao menos uma vacina premiada”, emendou Nazareth.

O Brasil foi um dos últimos a ingressar no Covax, optando pela quantidade mínima de vacinas oferecias. Foi necessário pedir, inclusive, uma extensão da data de assinatura do contrato, pela demora do Governo Bolsonaro.

- Com informações de Crusoé.

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