Bolsonaro foi recebido por multidão em Aracajú
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Bolsonaro foi recebido por multidão em Aracajú


A última pesquisa Datafolha divulgada no dia 14 de agosto revelou um crescimento considerável da popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que atingiu o maior indíce de aprovação desde o início do governo, com 37% de avaliação ótimo ou bom


Ao recortar os estados da região Nordeste , Bolsonaro também cresceu em popularidade e avançou sobre um reduto eleitoral petista fidelizado. A avaliação positiva do presidente na região cresceu de 27% para 33%.

O principal fator atribuido a este aumento, conforme as análises de comentaristas e analistas políticos, é a guinada populista do presidente promovida pelo auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-cov-2). O dinheiro injetado para lidar com a crise representou uma melhora rápida e vertiginosa na qualidade de vida de milhares de pessoas.

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No entanto, uma reportagem da Folha de S.Paulo aferiu que o crescimento da popularidade do presidente não é homogênea e ainda não pode ser considerada como um fenômeno de transferência da base eleitoral do lulismo para o bolsonarismo

O jornal entrevistou dezenas de famílias de baixa renda, benefíciadas pelo programa Bolsa Família e durante a pandemia pelo auxílio emergencial, nas cidades de Salvador, Camaçari e Conde (BA), Aracaju e Barra dos Coqueiros (SE) e constatou discursos conflitantes sobre Bolsonaro. 

Um dos exemplos é o Wellington dos Santos, de 35 anos, que diz ter votado no PT em todas as eleições presidenciais desde que Lula foi eleito. Mas depois de receber o auxílio emergencial do governo federal reconsiderou apoiar Bolsonaro. “Vejo ele como uma pessoa que, assim como Lula , trabalha para ajudar os pobres”, declarou à Folha de S.Paulo. 

Porém, no mesmo bairro é possível observar opiniões completamente diferentes. O aposentado José Carlos dos Santos, de 62 anos, votou no PT nas últimas 5 eleições e assume o perfil lulista. José nunca recebeu o Bolsa Família, mesmo assim afirma que durante os governos petistas a qualidade de vida era maior. Apesar da fidelidade ao PT, o aposentado considera o governo Bolsonaro razoável, mas diferente da idéia de "pai dos pobres", ele vê Bolsonaro como " pai de corrupto ".

Depois de ver a sua popularidade subir na Região, Bolsonaro tem concentrado esforços em cooptar o eleitorado petista. No últimos dois meses, o presidente visitou Ceará, Piauí, Bahia e Sergipe e ainda vai ao Rio Grande do Norte nesta semana. Em todas as viagens é recebido por multidões e passou a incorporar os elementos do populismo , como segurar crianças no colo e vestir chapéu de vaqueiro - característico da região Nordeste.

Bolsonaro foi contra a implementação do auxílio emergencial nos moldes que hoje lhe garante estabilidade política. A proposta do presidente era de um valor de R$ 200, mas o Congresso alterou o texto para R$ 500 e o governo sancionou em R$600.

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