Mandetta foi demitido após desentendimentos com Bolsonaro na crise da Covid-19
Carolina Antunes/PR
Mandetta foi demitido após desentendimentos com Bolsonaro na crise da Covid-19



O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta , foi demitido nesta quinta-feira (16) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma reunião no Palácio do Planalto. A saída do chefe da pasta se dá em meio à crise da Covid-19 e foi causada por uma série de desentendimentos entre Mandetta e Bolsonaro na forma de lidar com a doença.

A informação foi confirmada por Mandetta em uma publicação no Twitter. "Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar", escreveu.

O substituto de Mandetta é o oncologista Nelson Teich , que atuou na campanha eleitoral do presidente, convidado pelo ministro Paulo Guedes (Economia). Ele tem forte apoio da classe médica.

Em um artigo recente sobre a pandemia, Teich se mostrou a favor do isolamento horizontal, assim como Mandetta. Ele também afirmou, também em texto nas redes sociais, que o enfrentamento da crise não pode levar em conta apenas fatores econômicos ou apenas fatores sanitários.

A decisão de Bolsonaro de exonerar o ministro foi tomada após troca de farpas indiretamente entre os dois em entrevistas ao longo da semana passada e do final de semana.

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Ao Fantástico , da TV Globo, Mandetta cobrou "unidade" do governo federal e disse que, por conta dos sinais trocados entre sua pasta e a presidência da República, a população não sabe se segue as palavras do ministro ou do presidente.

"Eu espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento possa ser comum e termos uma ala única, unificada. Por isso leva para o brasileiro uma dubiedade: não se sabe se escuta o ministro, o presidente", afirmou.

Durante a semana anterior, suas gavetas chegaram a ser limpas por seus funcionários técnicos e assessores quando a possibilidade de sua demissão começou a ser ventilada.

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Nesse período turbulento, as críticas também partiram de Bolsonaro, que direcionou críticas à atuação de Mandetta no combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2). Em uma dessas oportunidades, o presidente afirmou a jornalistas que faltava humildade ao ministro, que o contrariou ao defender o isolamento e o distanciamento social para combater a propagação da Covid-19 .

À rádio Jovem Pan, Bolsonaro também chegou a dizer que "algumas pessoas" de seu governo "de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos". Além disso, ele fez questão de lembrar que não teria medo nem "pavor" de "usar a caneta" contra eles.

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