Nesta terça-feira (5), o Programa Alimentar Mundial (PAM) afirmou que teve seu comboio de ajuda humanitária saqueado por "pessoas desesperadas" na Faixa de Gaza após ser bloqueado pelo exército de Israel.
De acordo com a agência da ONU, o comboio continha 14 caminhões com cerca de 200 toneladas de alimentos e seria enviado para o norte do enclave. Esse seria o primeiro carregamento após a suspensão das entregas de ajuda para aquela região, em 20 de fevereiro.
O comboio esperou por três horas no posto de Wadi Gaza, no centro do território palestino, até ser rejeitado pelo exército israelense. Com isso, os caminhões tiveram que regressar.
Depois da mudança de rota, os caminhões foram parados por “uma grande multidão de pessoas desesperadas, que saquearam a comida” e levaram cerca de 200 toneladas, disse a agência, em comunicado.
A distribuição de alimentos no norte de Gaza foi interrompida em 20 de fevereiro devido ao “caos e violência total”, quando outro comboio foi baleado e saqueado.
A agência da ONU afirmou que estava em busca de outras formas de transportar os alimentos ao norte de Gaza, mas que as estradas eram a única forma de enviar as quantidades necessárias para evitar a fome na região.
Seis toneladas de alimentos – suficientes para 20 mil pessoas – foram lançadas por via aérea ainda nesta terça-feira, em cooperação com a força aérea jordaniana.
“Os lançamentos aéreos são o último recurso e não evitarão a fome”, disse Carl Skau, vice-diretor executivo da agência.
A ONU estima que 2,2 milhões dos 2,4 milhões de pessoas em Gaza estão a um passo da fome, especialmente na região norte, onde as forças israelenses bloqueiam a entrada de ajuda humanitária.