O grupo fundamentalista islâmico Hamas anunciou nesta segunda-feira (13) que "todos os hospitais no norte da Faixa de Gaza estão fora de funcionamento".
A informação foi confirmada pelo vice-ministro da Saúde do governo de Hamas, Youssef Abu Rish, que confirmou a morte de seis recém-nascidos prematuros e outros nove pacientes em cuidados intensivos devido à falta de tratamento por causa da escassez de energia elétrica.
Desde a semana passada, o cerco das tropas israelenses aumentou em torno das unidades de saúde da região, principalmente na cidade de Gaza, porque, segundo o Exército, os locais estão sendo usados pelo Hamas para atacar Israel.
No último domingo (12), inclusive, milhares de pessoas ficaram retidas no hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, enquanto o prédio de cardiologia e cirurgia ambulatória foi destruído em um bombardeio.
Segundo boletim das Nações Unidas, ao menos três enfermeiras morreram e infraestruturas vitais do hospital foram danificadas, como uma máquina de produção de oxigênio, os tanques de água e um poço, além da unidade de maternidade.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que al-Shifa está há três dias sem água e "não funciona mais como hospital".
"Tragicamente, o número de pacientes falecidos aumentou significativamente", escreveu ele nas redes sociais, apelando por um cessar-fogo imediato.
De acordo com o médico palestino Mohammad Abu Salmiya, as salas de cirurgia "estão completamente fora de serviço e quando os feridos chegam até nós não podemos dar-lhes nada além de primeiros socorros".
Uma bandeira da ONU foi hasteada a meio mastro como um "sinal de homenagem" aos funcionários mortos no hospital. Dados da agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) apontam que mais de 100 trabalhadores morreram em Gaza desde o início dos ataques israelenses.
União Europeia
O alto representante para Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, alertou hoje que é preciso começar a falar sobre Gaza a partir do pós-guerra, não apenas sobre reconstrução, mas sobre oferecer aos palestinos uma solução inclusiva.
"Apresentarei uma série de opções, coisas que deveríamos fazer e coisas que não deveríamos fazer", afirmou.
Para o comissário europeu para as Emergências, Janez Lenarcic, "é urgente definir e respeitar pausas humanitárias para distribuir ajuda humanitária por toda a Faixa de Gaza, onde quer que haja pessoas que necessitem de alimentos e assistência".
Além disso, Lenarcic ressaltou a necessidade de "passar muito mais caminhões com ajuda humanitária" para a Faixa de Gaza, garantindo a entrega do combustível, que é "desesperadamente necessário".
"Apoiaremos qualquer possibilidade de obtenção de abastecimentos humanitários", explicou o comissário europeu sobre a possibilidade de definir um corredor marítimo para assistência humanitária a Gaza.
No entanto, "o problema logístico é o fato de, neste momento, não existirem instalações de desembarque e descarga na costa de Gaza, que devem, portanto, ser implementadas", concluiu Lenarcic.