Guillermo Lasso
Divulgação - 29.06.2022
Guillermo Lasso

O Congresso do Equador rejeitou na madrugada desta quarta-feira (29) uma moção de impeachment contra o presidente do país, Guillermo Lasso, que há mais de duas semanas enfrenta protestos diários por conta de suas políticas econômicas.

Para ser afastado, a votação precisa ter 92 votos favoráveis entre 137. No entanto, a oposição obteve apenas 80 e não conseguiu aprovar o impeachment, que tinha como base o artigo 130 da Constituição (casos de grave crise política interna).

Foram ainda 48 votos contrários e nove abstenções.

O texto, ligado ao partido de oposição Unes - do ex-presidente Rafael Correa - foi apresentado de três formas diferentes nas votações, mas nenhum obteve êxito. Os debates sobre o impeachment duraram 18 horas em duas sessões.

Pelo Twitter, Lasso comemorou que seu governo "conseguiu defender com sucesso a democracia e agora é hora de recuperar a paz".

Analistas equatorianos, porém, ressaltam que a quantidade de votos favoráveis à destituição do mandatário foi muito acima do esperado: "apenas" 47 congressistas haviam assinado o texto que foi levado a debate e o total de votos foi quase o dobro.

Além dos problemas no Congresso, Lasso precisa lidar com os protestos que não param por todo o país e são liderados pela Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie). Apesar de ter aceitado reduzir o preço dos combustíveis no país, as manifestações continuam a criticar a gestão da economia no governo e o alto custo de vida, especialmente, para os mais pobres.

 Na noite desta terça-feira (28), o governo anunciou uma interrupção nas negociações com os indígenas por conta da morte de um militar nos protestos. Até o momento, além do policial, um líder social também foi morto nas manifestações.

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