A cúpula sobre democracia vinha sendo prometida por Biden desde a campanha eleitoral de 2020, com o objetivo de marcar a volta da liderança americana depois dos anos de Donald Trump
O Antagonista
A cúpula sobre democracia vinha sendo prometida por Biden desde a campanha eleitoral de 2020, com o objetivo de marcar a volta da liderança americana depois dos anos de Donald Trump

O presidente americano, Joe Biden, convidou 110 países, entre eles o Brasil, para uma cúpula virtual sobre a democracia em dezembro, incluindo grandes aliados ocidentais, além de Iraque, Índia e Paquistão, segundo uma lista publicada pelo Departamento de Estado. Assim como a Rússia, a China não foi convidada, mas Taiwan, sim.

Além de ser acusado de minar a democracia no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro foi citado recentemente como o principal responsável pelo fato de o país ter registrado o "maior declínio democrático" ao longo do ano passado, entre 150 países analisados pela organização Idea (Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral), com sede em Estocolmo. No mesmo estudo, os EUA foram considerados, pela primeira vez, uma "democracia em retrocesso".

A cúpula sobre democracia vinha sendo prometida por Biden desde a campanha eleitoral de 2020, com o objetivo de marcar a volta da liderança americana depois dos anos de Donald Trump e fazer um contraponto à China, a segunda potência econômica, e à Rússia, antiga rival dos EUA.

A Turquia, que assim como os EUA, é país-membro da Otan, também está ausente da lista de países participantes.

Do Oriente Médio, apenas Israel e Iraque foram convidados para este encontro virtual, que será realizado em 9 e 10 de dezembro. Aliados árabes tradicionais dos EUA como Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Qatar ou Emirados Árabes não foram chamados.

A Polônia também estará representada, apesar de tensões recorrentes com Bruxelas sobre o respeito ao Estado de direito. A Hungria, liderada pelo controverso primeiro-ministro Viktor Orbán, não esteja na lista do Departamento de Estado.

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Já na África, estão entre os convidados a República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul, Nigéria e Níger.

Oposição

Nesta quarta-feira, o governo de Pequim reagiu rapidamente ao convite feito a Taiwan por Biden:

"A China mostra sua firme oposição ao convite americano feito às autoridades de Taiwan", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian. Ele insistiu que Taiwan é "uma parte inalienável do território chinês.”

Taiwan, ilha governada de forma democrática e reivindicada por Pequim, é foco de tensões entre EUA e China. O governo local agradeceu a Biden pelo convite: "Com esta reunião de cúpula, Taiwan pode compartilhar sua história democrática de sucesso", afirmou o porta-voz da presidência, Xavier Chang, em um comunicado.

Na Rússia, o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov declarou nesta quarta-feira, durante uma conversa com a imprensa, que a iniciativa de Biden pretende dividir os países:

"Os EUA preferem criar novas linhas de divisão, dividir os países em bons, segundo sua opinião, e maus, segundo sua opinião", disse Peskov.

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