Gabriel Monteiro
Reprodução / CNN Brasil - 07.04.2022
Gabriel Monteiro

Enquanto o vereador Gabriel Monteiro (PL) é alvo do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores, que deverá ter o relatório final entregue no dia 2 de agosto, após o recesso parlamentar, o congressista acaba de sofrer mais um revés em uma das várias acusações contra ele. Desta vez, o Tribunal de Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio (MP-RJ) — apresentada no mês passado, após o indiciamento pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) — e o tornou réu por assédio sexual e importunação sexual.

Monteiro também já havia sido denunciado pelo Ministério Público do Rio, em abril, por filmar relações sexuais com uma adolescente, acusação pela qual também já é réu. Outros inquéritos, porém, ainda estão em andamento, e o vereador é investigado tanto pela Polícia Civil quanto pelo MP-RJ.

Veja quais são as apurações em aberto contra Monteiro

Atualmente, Monteiro é investigado na 42ª DP (Recreio) na segunda parte do inquérito sobre o vazamento de um vídeo em que ele aparece mantendo relações sexuais com uma menor de idade. Na primeira fase dessa investigação, ele foi denunciado e figura como réu no processo que apura o vazamento das imagens. Agora, a segunda etapa das investigações é sobre o armazenamento do material pelo político e a coação de testemunhas no curso do inquérito.

"A primeira fase do inquérito já foi relatada ao MP e, posteriormente, ele foi denunciado à Justiça. Estamos finalizando a segunda parte, e o resultado da nossa apuração sairá em breve", diz o delegado Luis Mauricio Armond Campos, titular da 42ª DP.

Gabriel Monteiro também é investigado na 29ª DP (Madureira) por fraude processual. Dois ex-assessores do parlamentar procuraram a distrital e afirmaram que o político mentiu e instruiu que eles também mentissem ao dizer que foram atacados a tiros em Quintino, na Zona Norte do Rio, em agosto do ano passado. O cinegrafista Robson Coutinho da Silva, de 44 anos, e o editor Heitor Monteiro, de 22, afirmam que o vereador forjou os tiros que atingiram um dos carros de sua comitiva. O automóvel pertence a Coutinho.

Antes, a delegacia apurava o crime de tentativa de homicídio contra Monteiro e sua equipe. De acordo com o delegado Neilson dos Santos Nogueira, titular da delegacia, o inquérito segue em andamento e testemunhas estão sendo ouvidas.

"As investigações estão em andamento", resumiu o delegado.

Até agora, quase 30 pessoas já foram ouvidas neste inquérito. A investigação foi para o MPRJ, mas voltou porque os investigadores pediram mais prazo. O caso está sob a responsabilidade da promotora Renata Pereira de Souza da Graça Mello, da 1ª Promotoria de Justiça e Investigação Penal Territorial da Área de Madureira e Jacarepaguá.

Em abril, o MP-RJ anunciou que também abriu procedimentos contra o parlamentar. O promotor Alberto Flores Camargo, da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, instaurou inquérito para apurar possível ato de improbidade administrativa por parte do vereador. A promotoria quer saber se ele usava servidores lotados na Câmara dos Vereadores do Rio, que recebiam dos cofres públicos, para trabalhar na produção de vídeos exibidos em suas redes sociais.

O congressista também é investigado na 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e Juventude da Capital, que instaurou um inquérito civil para apurar possível violação de direitos de uma criança que teve participação em um vídeo do vereador. Nas imagens, o parlamentar teria simulado uma cena envolvendo a menina em situação de vulnerabilidade.

Na ocasião, o vereador teria ensaiado com a menor, sugerindo que ela falasse diante da câmera: “Eu achei que hoje ia ficar sem comida, mas hoje eu tô comendo a coisa que eu mais gosto”. O vídeo foi gravado no interior de um shopping. A promotoria oficiou o vereador para que retirasse os vídeos da Internet. A mesma promotoria obteve decisão determinando que uma rede social retire do ar vídeo em que vereador do Rio mantém relações sexuais com uma adolescente de 15 anos.

A promotora Ana Cristina Huth Macedo, titular da 4ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Capital, também investiga o parlamentar. Nesse caso, ela acompanha a situação de abrigos de crianças e adolescentes. O procedimento apura possível invasão de abrigos por parte do vereador para supostamente fiscalizar.

Monteiro sempre negou todas as acusações.

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