Um homem de 72 anos confessou ter escrito o bilhete com xingamentos e ameaças entregue ao padre Júlio Lancellotti nesse domingo (27). O caso foi registrado como injúria e ameaça e, em depoimento, o idoso disse que "é conhecido" do padre e "não pretendia fazer, efetivamente, mal" a ele.
Ao iG , a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o responsável foi encaminhado ao 8º Distrito Policial, na região do Brás. O padre recebeu a orientação de fazer a representação criminal contra o homem em um prazo de seis meses, ou seja, de autorizar a instauração de um inquérito policial ou de um ação penal.
Na manhã de ontem, o coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo publicou nas redes sociais a foto de um bilhete que foi deixado na porta da igreja em que ele atua na capital paulista.
"Padreco de merd*. Pensa que aqui é partido político. Defensor dos direitos dos bandidos. Petista vagabundo. Usa o povo para te favorecer. Seu dia de reinado aqui vai acabar. Pode esperar. FDP", diz o bilhete.
Nas redes, o padre relatou ter registrado um Boletim de Ocorrência. Ele também disse ter acionado a Secretaria de Segurança Pública e que forneceria as imagens das câmeras de segurança à polícia para que a identificação do suspeito fosse feita.
Após compartilhar o episódio, o padre recebeu mensagens de solidariedade dos seguidores, incluindo de famosos e figuras políticas, no perfil do religioso no Instagram, onde divulga suas ações com a população em situação de rua.
"Absurdo, Padre Julio, querido. Meu abraço e todo apoio", disse a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). "Meu querido!!! Força e Fé!! E polícia pra te achar quem fez isso", afirmou a apresentadora Astrid Fontenelle.
"É inadmissível que você sofra ameaças por seu trabalho pelos direitos humanos. Precisamos exigir que a Prefeitura, o Estado e o governo brasileiro encontrem uma maneira de protegê-lo. Esse é o dever de todos nesse momento. A ameaça também precisa ser investigada imediatamente pelas autoridades. Saiba que admiro muito seu trabalho. Receba meu apoio e solidariedade nesse momento difícil", pontuou a cantora Daniela Mercury.
"Minha solidariedade ao Padre Júlio Lancelotti, que faz um forte trabalho cristão em São Paulo. Esclareço que, no caso da ameaça por ele sofrida, a princípio a competência legal é estadual. De todo modo, vamos colher mais informações e estudar medidas cabíveis", afirmou Dino.