
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados solicitou, na segunda-feira (22), a suspensão de três parlamentares envolvidos no motim que travou os trabalhos da Casa em agosto. As representações foram encaminhadas nesta terça (23) ao Conselho de Ética, que avaliará eventuais punições.
O pedido de suspensão atinge:
- Marcos Pollon (PL): suspensão de 90 dias por declarações difamatórias contra a Presidência da Câmara e outra de 30 dias por obstruir o acesso de Hugo Motta à cadeira de presidente.
- Marcel Van Hattem (Novo): suspensão de 30 dias por impedir Motta de assumir a presidência do plenário.
- Zé Trovão (PL): suspensão de 30 dias pela mesma conduta.
A decisão da direção da Câmara acolhe o parecer do corregedor Diego Coronel (PSD), divulgado na última sexta-feira (19), que apontou Pollon, Van Hattem e Zé Trovão como responsáveis pelos comportamentos mais graves.
O envio das representações ao Conselho de Ética foi assinado por todos os membros da Mesa Diretora, exceto os vice-presidentes Altineu Côrtes (PL) e Elmar Nascimento (União).
Além dos três parlamentares, outros 11 deputados receberam recomendação de censura escrita, uma espécie de advertência que pode ser aplicada imediatamente. Entre eles estão:
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
- Nikolas Ferreira (PL-MG);
- Julia Zanatta (PL-SC);
- Luciano Zucco (PL-SC);
- Allan Garcês (PP-MA);
- Caroline de Toni (PL-SC);
- Marco Feliciano (PL-SP);
- Domingos Sávio (PL-MG);
- Bia Kicis (PL-DF);
- Carlos Jordy (PL-RJ);
- Paulo Bilynskyj (PL-SP).
Relembre o caso
O motim ocorreu em 5 de agosto, quando deputados da oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa Diretora da Câmara para pressionar pela votação do chamado “pacote da paz”, apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL).
O pacote incluía o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a PEC que extingue o foro privilegiado.
A ocupação durou mais de 30 horas e impediu Hugo Motta (Republicanos) de assumir a presidência do plenário, o que impediu a condução da sessão. A liberação do espaço só ocorreu após negociação feita pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).