Três parlamentares podem ser suspensos por motim na Câmara

Sugestão de punição foi encaminhada ao Conselho de Ética

Parlamentares da oposição ocupam as mesas diretoras do plenário do Senado e da Câmara
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Parlamentares da oposição ocupam as mesas diretoras do plenário do Senado e da Câmara
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A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados  solicitou, na segunda-feira (22), a suspensão de três parlamentares envolvidos no motim que travou os trabalhos da Casa em agosto. As representações foram encaminhadas nesta terça (23) ao Conselho de Ética, que avaliará eventuais punições.

O pedido de suspensão atinge:

  • Marcos Pollon (PL): suspensão de 90 dias por declarações difamatórias contra a Presidência da Câmara e outra de 30 dias por obstruir o acesso de Hugo Motta à cadeira de presidente.
  • Marcel Van Hattem (Novo): suspensão de 30 dias por impedir Motta de assumir a presidência do plenário.
  • Zé Trovão (PL): suspensão de 30 dias pela mesma conduta.

A decisão da direção da Câmara acolhe o parecer do corregedor Diego Coronel (PSD), divulgado na última sexta-feira (19), que apontou Pollon, Van Hattem e Zé Trovão como responsáveis pelos comportamentos mais graves.

O envio das representações ao Conselho de Ética foi assinado por todos os membros da Mesa Diretora, exceto os vice-presidentes Altineu Côrtes (PL) e Elmar Nascimento (União).

Além dos três parlamentares, outros 11 deputados receberam recomendação de censura escrita, uma espécie de advertência que pode ser aplicada imediatamente. Entre eles estão:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
  • Nikolas Ferreira (PL-MG);
  • Julia Zanatta (PL-SC);
  • Luciano Zucco (PL-SC);
  • Allan Garcês (PP-MA);
  • Caroline de Toni (PL-SC);
  • Marco Feliciano (PL-SP);
  • Domingos Sávio (PL-MG);
  • Bia Kicis (PL-DF);
  • Carlos Jordy (PL-RJ);
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP).

Relembre o caso

O motim ocorreu em 5 de agosto, quando deputados da oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa Diretora da Câmara para pressionar pela votação do chamado “pacote da paz”, apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL).

O pacote incluía o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a PEC que extingue o foro privilegiado.


A ocupação durou mais de 30 horas e impediu Hugo Motta (Republicanos) de assumir a presidência do plenário, o que impediu a condução da sessão. A liberação do espaço só ocorreu após negociação feita pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).