
A Polícia Federal prendeu em flagrante, na última quinta-feira (11), Adauto Gaigher Junior, estudante de Ciências Biológicas da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), suspeito de ameaçar de morte o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).
A prisão ocorreu próximo a São Mateus, no interior do estado. O estudante foi levado à Delegacia da PF para prestar depoimento, e um inquérito foi aberto para apurar se outras pessoas participaram das ameaças.
As intimidações vinham sendo feitas desde 2023. A mais recente foi registrada na quarta-feira (10), quando Adauto publicou em sua conta no X (antigo Twitter) a mensagem: “Nikolas, eu vou te matar a tiros” . Após a repercussão, o perfil foi tornado privado.
Em seguida, o estudante se retratou publicamente. “Gostaria de me desculpar pelo comentário totalmente inadequado e infeliz que postei ontem. Nikolas Ferreira, minhas sinceras desculpas”.
Apesar do pedido, a Polícia Federal manteve a prisão em flagrante com base no artigo 147 do Código Penal, que trata do crime de ameaça.
Segundo Nikolas, o estudante o perseguia virtualmente há anos. “Desde 2023 desejando a minha morte” , declarou o deputado, ao compartilhar a prisão nas redes sociais.
Ele agradeceu ao gabinete do deputado Lucas Polese, que lhe ofereceu suporte logístico em viagem para Linhares, no Espírito Santo, e à Polícia Federal pela ação rápida.
No mesmo dia, outro episódio relacionado ao caso resultou na demissão de Pedro Oliveira, também identificado como Pedro Bala em algumas reportagens.
Estudante de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e estagiário da empresa Next Generation of Lawyers, ele escreveu em uma publicação de Nikolas: “Eu torço para que você seja o próximo”.
A empresa anunciou o desligamento imediato do programa de treinamento, afirmando em nota que “não tolera ou pactua com qualquer forma de violência”.
Nikolas também comentou a demissão, classificando a medida como correta e afirmando que as pessoas precisam “arcar com as consequências” do que declaram em ambiente público.
Ameaças

As ameaças ocorreram após Nikolas publicar mensagem sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, morto a tiros no campus da Universidade Utah Valley, nos Estados Unidos, na semana anterior.
O deputado compartilhou um texto antigo de Olavo de Carvalho para lamentar o crime, o que gerou forte reação de opositores nas redes sociais.
A prisão do estudante aconteceu um dia antes da viagem programada de Nikolas ao Espírito Santo, o que levou a PF a acelerar a operação após representação formal do parlamentar. Até o momento, não foram divulgadas as idades dos dois estudantes envolvidos.