
O advogado Demóstenes Torres, que defende o ex-comandante da Marinha Almir Garnier no julgamento sobre as supostas tentativas de golpe de Estado em 2022 , afirmou nesta terça-feira (02) que se coloca à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para "levar cigarro para ele em qualquer hora". A fala foi feita durante sua sustentação oral no julgamento.
"Então, se o Bolsonaro precisar que eu leve cigarro para ele em qualquer lugar, eu levo, conte comigo. Ele é uma pessoa que eu gosto" , declarou o advogado. Demóstenes fez referência à uma expressão popular, em tom de brincadeira, sobre levar cigarros a quem está preso.
Garnier, Bolsonaro e outros seis réus são julgados por cinco crimes , incluindo tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e de fazerem parte do "núcleo crucial" de organização criminosa que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), visava manter o ex-presidente no poder após derrota nas eleições.
Histórico de atleta

Apesar de nunca ter confirmado e nem negado publicamente se já foi fumante, Bolsonaro afirmou em diversas ocasiões, enquanto presidente, sobre seu "histórico de atleta".
Em 2021, Bolsonaro relatou que já atuou como atleta nas Forças Armadas por quatro anos, e contou que já venceu uma corrida estando descalço, em 1979. No ano anterior, 2020, ele afirmou que seu "histórico de atleta" e saúde o deixava tranquilo caso fosse contaminado pela Covid-19.
As declarações de Jair Bolsonaro sobre cuidados com a saúde ao longo da vida não permitem concluir de forma definitiva que ele nunca foi fumante. No entanto, essa interpretação é reforçada pelo fato de o ex-presidente jamais ter sido visto fumando e de não haver registros ou relatos de pessoas próximas que confirmem tal hábito.
Julgamento
No julgamento que se iniciou nesta terça (02), Bolsonaro e outros sete réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Os oito são apontados como o "núcleo crucial" que teria comandado as supostas tentativas de golpe de Estado, em 2022. São eles: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor-geral da Abin); Almir Garnier
(almirante e ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional); Jair Bolsonaro (ex-presidente da República); Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, delator do caso); Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa); e Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).