
O ministro do Turismo, Celso Sabino, deve deixar o governo federal após a decisão do União Brasil de se afastar da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fontes confirmaram ao Portal iG que o partido anunciará oficialmente a saída do Executivo na próxima semana. O ministro nega.
Ter independência
O União Brasil, que conta com 109 deputados e 14 senadores após a formação de uma federação com o PP, planeja renunciar formalmente aos cargos que ocupa, incluindo o Ministério do Turismo.
O objetivo da decisão é consolidar uma postura independente e de oposição, com vistas às eleições presidenciais de 2026.
O movimento foi acelerado por divergências entre Lula e o presidente do partido, Antônio Rueda, após críticas públicas do presidente da República a Rueda durante reunião ministerial nesta semana.
Segundo relatos, Lula afirmou que não pretende manter amizade com Rueda e sugeriu que ministros não alinhados ao governo deveriam deixar seus cargos.
No caso de Celso Sabino, o partido deu um ultimato: ele deve optar entre permanecer no governo ou ser expulso do União Brasil. A data limite para a decisão é 3 de setembro de 2025, quando a direção do partido formalizará o desembarque do governo.
Conforme apurou o Portal iG, Sabino tem buscado negociar para manter sua filiação ao partido, tentando convencer dirigentes do União Brasil a reconsiderar a saída do governo. No entanto, fontes internas consideram essa tentativa inviável.
Sabino também avalia alternativas, como migrar para outra legenda, incluindo o MDB, para permanecer próximo ao presidente Lula em 2026, ainda que sem cargo no Executivo.
Rompimento

A entrega do Ministério do Turismo significa que o União Brasil abrirá mão da indicação do ministro e deixará de integrar a gestão federal.
O partido pretende fortalecer seu bloco político após a federação com o PP e adotar uma posição de direita independente, possivelmente apoiando a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência.
Enquanto o partido define seu posicionamento, Sabino se encontra em situação delicada. Permanecer no governo poderia favorecer sua base eleitoral no Pará, mas a manutenção da filiação partidária se tornou condição determinante.
O desfecho da situação dependerá das negociações internas do União Brasil e da decisão do próprio ministro nos próximos dias.
O Portal iG pediu um retorno do Ministério do Turismo na sexta-feira (29), mas não obteve resposta.
No sábado (30), a assessoria de Sabino procurou a reportagem indicando a seguinte fala do ministro, proferida em Belém:
''Nada foi decidido, nenhuma saída foi conversada. Inclusive, estou hoje inaugurando obras relativas à COP 30, continuando meus trabalhos''.
A assessoria também enviou as seguintes explicações:
''O ministro do Turismo, Celso Sabino, segue trabalhando pelo turismo e desenvolvimento do Brasil, não sendo verídicos os rumores sobre a sua saída da Pasta. Nesta sexta-feira (29.08), cumpriu agenda em Belém (PA), onde comandou a instalação das primeiras placas de sinalização turística da cidade. A ação recebeu R$ 4,7 milhões do Ministério do Turismo''.