
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) participou, na quarta-feira (27), de uma audiência da Câmara dos Deputados por meio remoto. Ele está nos Estados Unidos desde março , quando iniciou uma licença parlamentar de 122 dias para tratar de “interesses particulares”.
A possibilidade de presença virtual está prevista no regimento da Câmara e permite que parlamentares participem de sessões deliberativas a distância. Eduardo fez uso desse mecanismo em 2025.
Antes de entrar em licença, marcou presença em 13 sessões, das 19 realizadas no período, e teve quatro faltas não justificadas, equivalentes a 21% do total.
A licença de Eduardo começou em 20 de março. Desde então, seu suplente, José Olímpio, assumiu a vaga na Câmara.
O deputado não recebe remuneração enquanto estiver afastado. Nos dois meses anteriores, fevereiro e março, ele recebeu salário líquido de R$ 34.615,76, com descontos apenas relativos ao imposto de renda.
Nos Estados Unidos, Eduardo articula apoio internacional ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a aliados, incluindo ações para pressionar por sanções contra autoridades brasileiras, como o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Essas movimentações motivaram seu indiciamento pela Polícia Federal sob suspeita de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Eduardo Bolsonaro x oposição
A atuação à distância tem gerado críticas em Brasília. O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a permanência do deputado nos Estados Unidos é “incompatível” com as responsabilidades do mandato.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defende a cassação imediata, sem esperar o acúmulo de faltas que, segundo as regras internas, só poderá ser avaliado a partir de março de 2026.
O PL, partido de Eduardo, estuda alternativas no regimento da Câmara que possam garantir sua permanência no mandato mesmo com a atuação fora do país.
Além das atividades nos Estados Unidos, Eduardo prepara agenda internacional na Europa em setembro, com compromissos em Portugal e Polônia, em continuidade às ações contra autoridades brasileiras em fóruns externos.