
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), foi informado nesta sexta-feira (15) sobre a possibilidade de novos protestos, obstruções e até ocupação do plenário por parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na próxima semana.
Segundo colegas, deputados de oposição ao governo Lula demonstraram insatisfação com a decisão de Motta de não pautar a votação de propostas sobre anistia e o fim do foro privilegiado.
A tensão aumentou após o STF (Supremo Tribunal Federal) marcar para setembro o julgamento de Bolsonaro. As articulações incluem pressionar Motta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), e ministros do STF.
Entre as ações cogitadas estão a realização de protestos com faixas e cartazes, divulgação de vídeos nas redes sociais, novos atos de obstrução e, novamente, a ocupação da mesa diretora da Câmara para impedir o andamento das sessões.
Motta teria informado a aliados que não reagirá caso as manifestações ocorram por meio de discursos, entrevistas, faixas e cartazes.
No entanto, afirmou que adotará postura mais rígida se houver repetição de cenas registradas na semana anterior, quando sua mesa foi ocupada e os trabalhos da Casa quase não puderam prosseguir.
O presidente da Câmara foi aconselhado a procurar lideranças da oposição para negociar, mas disse que não tomará a iniciativa, embora esteja aberto a diálogo caso seja procurado.
Ele declarou que seu foco é avançar na tramitação de projetos voltados ao combate ao abuso sexual infantil em plataformas digitais, tema que ganhou repercussão após a divulgação de vídeo do influenciador Felca, que levou à investigação e prisão de Hytalo Santos por suspeita de exploração de menores nas redes.
Julgamento de Bolsonaro ocorrerá em setembro

O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus, por suposta tentativa de golpe de Estado, está marcado para iniciar em 2 de setembro, conforme decisão do ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF.
As sessões ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com reuniões ordinárias e extraordinárias no período da manhã e da tarde. A previsão é de aumento da tensão no Congresso Nacional durante esse período.