Múcio diz a Lula que clima é de constrangimento no Exército após prisão de Braga Netto
Pedro França/Agência Senado
Múcio diz a Lula que clima é de constrangimento no Exército após prisão de Braga Netto

O ministro da Defesa , José Múcio,  pode deixar a pasta em breve. Interlocutores do ministro e do governo afirmam que ele já sinalizou ao presidente Lula (PT) que sua missão foi cumprida , em meio ao "constrangimento" gerado pela prisão do general Braga Netto e a negociação do projeto de Lei que altera as exigências para a aposentadoria dos militares. As informações são da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Com isso, Lula terá a missão de substituir seu amigo leal em um ministério que mantém relações estreitas com os militares, grupo cujas relações com o petista têm sido cada vez mais estremecidas ao passo que as investigações da Polícia Federal (PF) descobrem o envolvimento de grandes nomes na trama golpista, como foi o caso de Braga Netto. O ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro general quatro estrelas a ser preso na história do país.

Um dos nomes "de peso" cotados pelo petista é o do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP), que hoje está à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Além de contar com a plena confiança de Lula, Alckmin tem a serenidade e autoridade necessárias ao cargo.

A pasta comandada por Alckmin cairia para o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Clima é de constrangimento", diz Múcio

O ministro foi recebido por Lula nesta terça-feira (17) em São Paulo, onde o petista se recupera após a internação. O encontro aconteceu no mesmo dia em que o governo federal enviou ao Congresso o projeto de Lei sobre a aposentadoria dos militares, incluído no pacote de cortes de gastos.

O PL impõe 55 anos como a idade mínima para os militares irem para a reserva - atualmente, não há restrição de idade.

Múcio chegou a afirmar que a missão de pacificar a proposta dentro das Forças Armadas foi difícil, mas que agora a situação já está “acomodada”.

O ministro disse avaliar “boas chances” de ser aprovado no Legislativo. "Não temos muito mais como discutir. Vai para o plenário e depois nós vamos nos adaptar", disse aos jornalistas.

Ao deixar a casa do petista, Múcio disse aos jornalistas que ele quis saber como está no ambiente nas Forças Armadas após a prisão do general da reserva Walter Braga Netto.

"Ele quis saber como estava o ambiente nas Forças", disse o ministro. "Evidentemente isso era uma coisa que já se esperava. Todo mundo esperava. Há um constrangimento, mas já se esperava. Nós desejamos que todos esses que estão envolvidos respondam à Justiça."

Múcio afirmou ainda que a investigação "é necessária" e "precisa acabar para a gente olhar para frente e para tirar a suspeição de inocentes". "Eu digo muito que cada um entrou nisso com o seu CPF e a gente tem que preservar o CNPJ das três Forças", declarou aos jornalistas.

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