Bolsonaro é 'líder da organização criminosa' que planejou o golpe, diz PF

Relatório encaminhado ao STF aponta o ex-presidente como líder, diz jornal

Documento que aponta Bolsonaro como líder da organização tem 884 páginas
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Documento que aponta Bolsonaro como líder da organização tem 884 páginas

O relatório final da Polícia Federal sobre o plano de golpe de Estado em 2022 aponta o  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo criminoso que, segundo a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas. A apuração foi feita pela CNN.

De acordo com o documento de 884 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) nesta quinta-feira (21), a PF afirma que  Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” da organização criminosa apontada pela investigação.

Os núcleos definidos pelos investigadores são: Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral; Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado; Núcleo Jurídico; Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas; Núcleo de Inteligência Paralela; e Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

A PF ainda aponta que, apesar de transitar em todos os núcleos, o ex-presidente “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral (núcleo A)”. O documento também diz que “o objetivo da orcrim [organização criminosa] era manter Bolsonaro no poder”.

Indiciados no relatório

O relatório completo ainda está sob sigilo em posse do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, mas a CNN teve acesso a informações do documento.

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21)  o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente eleito e o vice, Lula e Alckmin, e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

Entre os outros 36 indiciados, estão alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil). O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid , também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).