O Brasil e o Chile , através do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) , Paulo Pimenta , e da ministra da Secretaria-Geral de Governo do Chile, Camila Vallejo , assinaram nesta terça-feira (19) um Memorando de Entendimento entre os dois países com o objetivo de desenvolver ações conjuntas para promover a integridade da informação, combater as fake news e contribuir na redução da desigualdade digital nos dois países.
O documento quer promover o intercâmbio de conhecimentos sobre políticas públicas e regulação a favor da integridade da informação e defesa da democracia, assim como utilizar a inteligência artificial em abordagens no combate à desinformação.
O ministro da Secom, Paulo Pimenta , afirmou que o Brasil tem firmado parcerias com diferentes países — como Dinamarca, Finlândia e Reino Unido — no tema de igualdade de informações, mas que a parceria com o Chile é algo inédito. "É importante porque é a primeira feita na América do Sul, e o Chile tem debatido o tema na sociedade. Essa cooperação que estamos estabelecendo hoje tem uma importância singular para o governo, e podemos pensar outras iniciativas a partir desta, que podem avançar em temas sensíveis e que são inadiáveis", comentou.
Destaque no G20
Pimenta disse que o combate à desinformação foi incluído nos temas na agenda da cúpula de líderes globais do G20 que acontece nesta segunda (18) e terça-feira (19) no Rio de Janeiro.
O ministro destacou a importância de firmar um compromisso em prol da integridade da informação: "Os aspectos que envolvem conceitos delicados, como a liberdade de expressão e o combate ao discurso de ódio, são importantes para proteger a sociedade de um ambiente sem qualquer tipo de regulação [internet]".
Impactos da desinformação
A ministra chilena, Camila Vallejo, destacou a parceria entre os dois países, principalmente ao envolver desinformação sobre as mudanças climáticas. "Para nós, como governo do Chile, é um prazer estar aqui no Brasil para reforçar laços. Surge a necessidade de assinar esse memorando de entendimento entre Brasil e Chile para enfrentar a crise climática. Para fortalecer a América Latina no combate à desinformação, somos capazes de enfrentar os desafios ao unir capacidade dos dois países".
Para Vallejo, a desinformação "é uma arma que ataca diretamente nossa convivência social, impactando a realidade e modificando o sistema democrático", e por isso precisa ser combatida. "Por estas razões, o combate à desinformação é uma defesa da democracia e soberania do nosso povo e da nossa autoridade", destacou.
Uso da inteligência artificial
O memorando prevê o estabelecimento de abordagens equitativas e inclusivas que utilizem a inteligência artificial na promoção da integridade da informação que chega aos cidadãos dos dois países.
"Este acordo também nos compromete a desenvolver mecanismos com a inteligência artificial e a regulamentar o combate à desinformação. Estamos convencidos de que este não pode ser os esforços de alguns países, e sim um combate global", pontuou Vallejo.
Os ministros destacaram os desafios neste tema, mas também falaram das oportunidades históricas para combater este fenômeno. "São dos países que têm tradição na luta democrática. Queremos ser um exemplo para a região e para o mundo", complementou Pimenta.
** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.