Milei decidiu assinar aliança contra fome após "entendimento" sobre proposta, diz ministro

De acordo com Wellington Dias, presidente argentino visualizou propostas de seu país no documento

Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, concedeu entrevista durante a Cúpula do G20
Foto: João Pedro Lima/iG
Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, concedeu entrevista durante a Cúpula do G20

O ministro do Desenvolvimento Social,  Wellington Dias, afirmou nesta segunda-feira (18) que o presidente argentino Javier Milei decidiu assinar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza , proposta na Cúpula do G20 , depois de perceber que propostas que seu país defende estão presentes no documento.

De acordo com o ministro, Milei "ainda estava em um processo de entendimento e diálogo" sobre o texto e, por isso, foi o último membro do G20 a assiná-lo. Na primeira contagem,  divulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta manhã, a Argentina não constava entre os signatários.

"De um lado, Milei tem uma posição na defesa do liberalismo, da solução pelo mercado. Mas propostas que a Argentina defende estão nos termos da aliança. Propostas como o caminho da qualificação, do emprego, do apoio ao empreendedorismo", disse Dias, em coletiva de imprensa.

"Ele próprio reconheceu que a Argentina é um país que, lá atrás, tinha um nível de pobreza entre os mais baixos da nossa região e do mundo e, agora, ultrapassou 50% [da população] em situação de pobreza. A não saída [da Argentina] na primeira relação [de signatários da aliança] foi tão somente porque ainda tinha um processo de diálogo em andamento", completou o ministro.

Plano de combate à fome

Durante a entrevista, o ministro também esclareceu como vai funcionar a fase de implementação das metas propostas pela aliança para combater a fome.

"A primeira etapa é apresentação de um plano para redução da pobreza e da insegurança alimentar", disse. "Foram apresentadas propostas que cientificamente foram comprovadas como eficientes", completou.

"Ao apresentar os planos, a partir da organização do chamado Conselho dos Campeões, nós saberemos quais países que, pelos seus planos, têm condições de executar sem precisar de ajuda de outros e quais precisam de apoio", disse o ministro.

Segundo Dias, é esperado, ainda, que outros países façam crescer a lista de signatários da aliança ao longo dos meses. 

O ministro explicou que alguns países, como Finlândia e Espanha, estão contribuindo financeiramente com a aliança. Outros, como é o caso do Brasil, estão contribuindo com conhecimento.

"Já estamos colaborando com 19 países sobre o modelo do cadastro social brasileiro, e estamos colaborando com 43 países sobre a proposta da alimentação escolar", exemplificou.

Ainda sobre o papel do Brasil na aliança global, Dias disse que o país se antecipou com o lançamento do programa "Brasil sem fome".

"Já podemos comemorar resultados", disse. "Vamos fechar dezembro desse ano com 4,5 milhões de pessoas que sairão do mapa da fome", completou. Segundo o ministro, o grande desafio a ser enfrentado no país é a grande população em situação de rua.

** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.