Múcio defende anistia para envolvidos em ‘casos leves’ do 8/1 e punição para mentores

Quando questionado se essa defesa incluiria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Defesa respondeu: “Não”

José Múcio Monteiro Filho, ministro da Defesa
Foto: Reprodução
José Múcio Monteiro Filho, ministro da Defesa

O ministro da Defesa, José Múcio,  afirmou nesta sexta-feira (1º) que é a favor da  anistia para os envolvidos em "casos leves" nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023  e da punição aos mentores do golpe.

Em entrevista ao programa UOL News, transmitido pela internet, Múcio não especificou quais seriam esses casos leves. Entretanto, quando questionado se essa defesa se estende ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi direto: “Não”.

Múcio disse ainda que defende uma “graduação” das penas aplicadas aos envolvidos na tentativa fracassada de golpe de estado daquela ocasião.

"Deve-se graduar as penas. Deve ser uma para quem organizou; quem foi uma marionete, é outra coisa. Quem quebrou uma cadeira não pode ser responsável por quem fez outras coisas. Devemos graduar, mas não politizar isso. Deve ser uma ação da Justiça. Sou a favor da anistia dos casos leves", disse.

Para o ministro, é preciso individualizar as culpas de quem arquitetou e financiou os atos golpistas.

A entrevista de Múcio ao UOL aconteceu um dia após o Exército indiciar criminalmente três coronéis (dois da reserva e um da ativa) pela elaboração de uma carta que pressionava os comandantes da Força a aderirem a um golpe de estado após a eleição de Lula em 2022.

Ao comparar os casos, Múcio afirmou que, institucionalmente, as Forças Armadas ajudaram a barrar o golpe, mas ainda há membros que concordavam com esse objetivo. Para ele, essas pessoas devem ser punidas.

“São dois cenários diferentes. O Congresso quer anistiar aqueles que depredaram, que quebraram móveis, que atentaram contra o patrimônio público. Isso é uma história. Outra história são esses oficiais que incitaram a indisciplina dentro dos quartéis. Eles jogaram as tropas contra os comandantes. Aí é uma coisa gravíssima”, afirmou.

“Dentro da corporação havia aqueles que tinham interesse [em um golpe de Estado]. Esses que tiverem participação direta deverão pagar. Os outros, não. Quero que não se condene inocentes”, completou.