Familiares de Marielle e Anderson Gomes choram após condenação de assassinos

Sentados na primeira fila, o pai, a mãe, a irmã e a filha da vereadora ouviram a leitura da sentença ao lado de Marcelo Freixo e de Mônica Benício

Parentes de Marielle se emocionaram
Foto: Reprodução
Parentes de Marielle se emocionaram


Na tarde desta quinta-feira (31), o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foi concluído com a condenação dos dois pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes . A sentença foi recebida com forte emoção pelas famílias das vítimas, que estavam presentes no plenário.

Sentados na primeira fila, o pai, a mãe, a irmã e a filha de Marielle Franco ouviram a leitura da sentença ao lado de Marcelo Freixo e de Mônica Benício, ex-esposa da vereadora. Ágatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, também acompanhou a leitura e foi consolada por amigos e familiares.

Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, foi condenado a 78 anos e 9 meses de reclusão, enquanto Élcio Queiroz, que dirigiu o carro utilizado no crime, recebeu uma pena de 59 anos e 8 meses.

Ambos foram sentenciados pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio triplamente qualificado contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle, que sobreviveu ao atentado.

A condenação também inclui o crime de receptação do Cobalt prata clonado, veículo utilizado no ataque. Após a leitura da sentença, os presentes no plenário aplaudiram a decisão judicial.


O crime

Em 14 de março de 2018, Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, e Anderson Gomes foram mortos a tiros na região central da cidade.

O ataque ocorreu enquanto o veículo em que estavam era seguido por cerca de quatro quilômetros desde a Casa das Pretas, na Lapa, onde Marielle havia participado de um evento.

A abordagem aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, e os tiros foram disparados de um Cobalt prata clonado. Fernanda Chaves, assessora de Marielle, estava no carro e foi atingida por estilhaços, mas sobreviveu.

Investigação e prisão

A investigação foi realizada por uma força-tarefa da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, em conjunto com promotores do Ministério Público. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em 12 de março de 2019, um ano após o crime.

Ambos foram detidos em suas casas e não apresentaram resistência durante a prisão. As investigações revelaram que Lessa teria sido o autor dos disparos, enquanto Queiroz era o condutor do carro envolvido no atentado.

Mandantes

Paralelamente, as investigações apontaram que os assassinatos podem ter sido encomendados por motivos ligados a disputas fundiárias e à influência de grupos milicianos no Rio de Janeiro.

Em um inquérito que passou pela Polícia Federal, Tribunal de Justiça, Superior Tribunal de Justiça e, posteriormente, pelo Supremo Tribunal Federal, foram denunciados como mandantes do crime o deputado federal Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e outros dois investigados.

A denúncia contra eles foi aceita pela Primeira Turma do STF, sendo o caso relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Os suspeitos de envolvimento como mandantes foram presos em 24 de março de 2024.