Na reta final do segundo turno das eleições municipais em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, pela primeira vez, de um evento na campanha de Ricardo Nunes (MDB) nesta terça-feira (22).
Os dois se reuniram em um almoço fechado com cerca de 400 políticos e empresários na Fazenda Churrascada, no Morumbi, e chegaram lá ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Baleia Rossi, presidente do partido de Nunes, Michel Temer e a primeira-dama Regina Nunes também estavam presentes no evento, organizado pelo empresário Fauzi Hamuche.
Ao longo dos discursos breves e acenos discretos, Bolsonaro colou o adesivo do emedebista no peito e pediu votos para o candidato à reeleição. "Dia 27, em nove capitais, eu sou 22. Mas, em São Paulo, eu sou 15", afirmou o ex-capitão, destacando que é preciso trabalhar até o último momento.
Já Nunes chamou o ex-presidente 'maior líder da direita' do Brasil, e fez questão de salientar os vieses que compartilham.
"O apoio de Bolsonaro é de suma importância, é o maior líder da direita do nosso país", disse. "São Paulo foi a capital mundial da vacina, nós recebemos a vacina, a gente tem muita tranquilidade do trabalho que a gente desenvolveu. As questões que o presidente Bolsonaro defende têm muito alinhamento com o que eu defendo: liberdade econômica, [...] diminuição de impostos", completou.
Em seus discursos, tanto Nunes quanto Bolsonaro citaram a renegociação da dívida do município com a União, em 2021, um dos únicos elementos além de Tarcísio que aproxima os dois políticos.
Questionados pela imprensa sobre a ausência do ex-presidente na campanha, tanto o ex-presidente quanto o candidato à reeleição em São Paulo creditaram a visita tardia ao excesso de viagens do líder do PL pelo país na tentativa de eleger prefeitos.
Tarcísio também discursou. Com a voz rouca, que atribuiu ao período final da campanha, disse que a equipe deve buscar os indecisos "até o último minuto". "O que me dá conforto é saber que terei na prefeitura um grande parceiro", disse.
Vislumbres para 2026
Apesar de ser focado no pleito municipal do próximo domingo, o evento teve referências às eleições presidenciais de 2026.
Logo no início, Fabio Wajngarten, um principais interlocutores entre Bolsonaro e a campanha de Nunes, disse que a aliança em torno do prefeito é um "embrião" para 2026.
Em conversas com jornalistas, o ex-presidente afirmou que formou líderes pelo Brasil, o que considera uma característica de vantagem contra o seu principal rival, o ex-presidente Lula (PT).
"Quem é o substituto de Lula na política dentro do Brasil? Não tem. De Bolsonaro? Tem um monte por aí. Colaborei a formar lideranças e estou muito feliz com isso", declarou.
Cotado como um dos candidatos para 2026, Tarcísio evitou falar no assunto, dado que o ex-presidente, seu 'padrinho' político, tem manifestado a vontade de se candidatar ao pleito caso reverta seu status de inelegível, que considera 'perseguição'. "O candidato é Bolsonaro", disse o governador.
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