Boulos chama Nunes de "covarde", faz revelação sobre apagão e promete aliança com Tarcísio

Candidato do PSOL foi sabatinado após prefeito cancelar presença em debate

Boulos foi entrevistado ao vivo após Nunes cancelar presença em debate UOL/Folha/RedeTV
Foto: Reprodução/Youtube
Boulos foi entrevistado ao vivo após Nunes cancelar presença em debate UOL/Folha/RedeTV

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) chamou nesta quinta-feira (17) o prefeito Ricardo Nunes (MDB) de "covarde" após ele cancelar sua participação no debate UOL/Folha/RedeTV!.  Além disso, Boulos revelou um documento sobre a responsabilidade da administração municipal na poda de árvores na capital, problema diretamente relacionado ao  apagão desta semana, e prometeu dialogar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) caso seja eleito.

Como não houve debate, Boulos foi sabatinado por jornalistas dos veículos. Em comunicado à imprensa, a Folha de S. Paulo explicou que o candidato do MDB não participaria do encontro para ir a uma reunião com o governador para tratar das "urgências da prefeitura", em meio ao apagão da Enel.

Boulos começou sua entrevista com ataques diretos ao adversário. Ele condenou a ausência de Nunes no debate, dizendo que ele "fugiu". O candidato do PSOL disse, ainda, que o atual prefeito "se esconde na saia do Tarcísio" e é um "fantoche" do governador.

“Ricardo Nunes fugiu. Nesta semana, fugiu das responsabilidades em relação ao apagão. Hoje, foge do debate porque tem medo de debater ideias. […] São Paulo não aceita covarde. O lamentável é se esconder embaixo da saia do Tarcísio. Meu adversário não é o Nunes, o Nunes é um fantoche que representa interesses políticos de um projeto do governador, que ter sua base na capital para usar de trampolim e tentar a Presidência”, afirmou Boulos.

Nunes é "o pai" do apagão, diz Boulos

Nos últimos dias, Nunes tentou transferir a responsabilidade do apagão para o governo federal e o presidente Lula. Na entrevista, Boulos rebateu a acusação, e disse que tanto Nunes quanto Tarcísio são os verdadeiros responsáveis pela crise. O candidato do PSOL disse que Nunes é "o pai" do apagão, e a empresa Enel, "a mãe".

"O Tarcísio fala, fala, fala, mas uma das questões que temos que trazer é que a responsabilidade de fiscalização é da Arsesp [Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo], agência reguladora estadual", afirmou, acrescentando que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) "tem que garantir a caducidade, ou seja, a retirada do contrato da Enel".

"A culpa do apagão é do vento, da chuva, do Lula. Dele [Nunes], nada", provocou, cobrando do prefeito a poda das árvores. "Existe a responsabilidade do Ricardo Nunes e existe a responsabilidade da Enel. Essa justificativa de jogar a responsabilidade para o governo federal não cola", disse.

Boulos apresentou, ainda, um documento oficial da Prefeitura de São Paulo que atribui à Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) a responsabilidade pela fiscalização e pela poda de árvores que poderiam afetar a rede elétrica. Segundo o candidato do PSOL, o documento comprova que a administração municipal é a responsável pela atividade. A assessoria do deputado federal publicou o documento nas redes sociais. Veja abaixo:


Prefeito "do gerúndio"

Em mais um ataque a Ricardo Nunes, Boulos o chamou de "prefeito do gerúndio", por sempre dizer que está fazendo algo, mas não consegue entregar.

Para o candidato do PSOL, o prefeito "ficou três anos sem fazer nada e na véspera da eleição começou a inaugurar obra, inaugurar placa".

Segundo Boulos, Nunes foi o primeiro prefeito desde Marta Suplicy que não começou a construção de nenhum CEU, e o primeiro desde Celso Pitta que sequer começou algum hospital municipal.

"A cidade tem que refletir. Imagina esse cidadão reeleito, é deixar a cidade mais três anos abandonada, para na véspera da eleição ele começar a fazer algo", disse.

Boulos diz que Nunes "é o tio Paulo do Tarcísio"

Em uma de suas várias críticas à ausência do adversário, Boulos fez piada com o caso "tio Paulo" , que virou meme nas redes sociais em abril. Na época, uma mulher foi presa acusada de tentar dar um golpe em uma agência bancária com o corpo de um tio.

"Ele é alguém sem vontade própria. Ele é o 'tio Paulo do Tarcísio", provocou, em referência à reunião entre o prefeito e o governador, que o emedebista usou como justificativa para não comparecer ao debate.

Afirmando que Nunes é um "pau mandado", Boulos afirmou que "o que aconteceu hoje é um divisor de águas", já que "a população de São Paulo não aceita covarde, despreza covarde, e o Ricardo Nunes ao não vir aqui para debater se mostrou um covarde".

Boulos promete dialogar e trabalhar junto com Tarcísio

Questionado se está disposto a trabalhar com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso seja eleito, Boulos disse que "toda parceria é bem-vinda". Ambos estão em extremos opostos na política partidária.

"O fato de ser adversário político não quer dizer que, na hora de governar, não se trabalhe junto. Quando você senta naquela cadeira [de prefeito] você não representa seu partido e suas convicções ideológicas, você tem que representar a cidade", disse Boulos.

O psolista também criticou a postura de Nunes diante o governo Lula. "Às vezes, as pessoas não veem outro lado da moeda. Por razões eleitoreiras e mesquinhas, Nunes recusou no último ano parcerias com governo federal por politicagem", disse ele.

Nunes explica ausência em vídeo nas redes

Após se ausentar no debate da Folha/UOL e RedeTV!, o prefeito Ricardo Nunes publicou em suas redes sociais um vídeo em que justifica o cancelamento de agendas marcadas para esta quinta.

Na publicação, Nunes diz estar no Palácio dos Bandeirantes com Tarcísio de Freitas e o presidente da Enel para discutir sobre as previsões de chuva para São Paulo.

"Hoje cancelei todos os compromissos que eu tinha, vim para cá para esta reunião de emergência para cuidar da cidade", diz o prefeito.


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