Deputado Glauber Braga é solto após prisão em ocupação da UERJ

Parlamentar foi preso na manhã de sexta-feira (20) e solto horas depois

Glauber Braga (PSOL) em registros de live realizada após soltura
Foto: Reprodução/Instagram
Glauber Braga (PSOL) em registros de live realizada após soltura

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi solto na noite desta sexta-feira (20), por volta das 22h, após ser detido na tarde do mesmo dia pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) durante um ato de ocupação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Os estudantes protestavam contra as mudanças na política de assistência estudantil da universidade. Eles ocupavam o campus, que fica na zona Norte do Rio, desde o dia 26 de julho. A Justiça estabeleceu o prazo para a desocupação do prédio até a última quinta-feira (19), mas eles não saíram e a e a Polícia Militar retirou o grupo em uma ação tumultuada, classificada pelo PSOL como “ilegal”.

O parlamentar foi preso ao tentar impedir que a tropa de choque da PMERJ entrasse do prédio da instituição de ensino. Tanto o deputado quanto outras pessoas que participavam do protesto foram atingidos com spray de pimenta.

Em transmissão no Instagram após deixarem a prisão, o deputado e os alunos envolvidos fizeram discursos para contestar a medida e reforçar o posicionamento de união deles em prol da UERJ.

“Eu quero agradecer essa moçada, são milhares de estudantes que se mobilizaram e vêm se mobilizando em defesa da UERJ. Hoje é um dia lamentável do ponto de vista do que foi feito. Estudantes lutando pelo direito de ficar na universidade e sendo tratados com bomba”, disse o deputado.

 O PSOL emitiu um comunicado sobre a prisão, em que afirmou que foram usadas “bombas, caveirão e armas menos letais” contra os manifestantes. A sigla adicionou que Glauber estava no local para “proteção e defesa” dos estudantes.

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Reações

A prisão de Glauber repercutiu em Brasília. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), procurou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para que as prerrogativas do deputado detido fossem respeitadas.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, classificou a prisão como “inaceitável”. “O protesto dos estudantes é legítimo e prisão de um parlamentar no exercício do mandato é inaceitável, inconstitucional. É assim que o governo da direita do RJ trata educação e a democracia”, escreveu Gleisi Hoffmann na rede social Bluesky.

A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL) disse que a prisão é 'inconstitucional', e afirmou, enquanto Glauber ainda estava detido, que havia contatado as autoridades do Estado sobre o caso.

"A prisão de um parlamentar nessas condições é inconstitucional. O parlamentar só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável, que de longe não tem nada a ver com o que o Glauber estava fazendo na UERJ. [...] Os estudantes estavam lutando pelo direito à alimentação e moradia, a ter acesso a materiais didáticos. Mas a polícia foi acionada para prendê-los", disse ao UOL.

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