Bolsonaro diz que Witzel ofereceu solucionar caso de rachadinha por uma vaga no STF

Flávio Bolsonaro foi acusado de realizar movimentações bancárias suspeitas após um relatório produzido pelo Coaf

Witzel foi eleito em 2018 como aliado de Jair Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR
Witzel foi eleito em 2018 como aliado de Jair Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se colocou à disposição para "solucionar" as investigações de rachadinha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em troca de uma indicação para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).

O áudio, que teve seu sigilo derrubado nesta segunda-feira (15) pelo ministro Alexandre de Moraes, foi gravado pelo ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, em 2019.

"O ano passado [2019], no meio do ano, encontrei com o [Wilson] Witzel, não tive notícia [inaudível] bem pequenininho o problema. Ele falou, resolve o caso do Flávio. Me dá uma vaga no Supremo", disse Bolsonaro.

O caso é referente às rachadinhas, tema principal da reunião que contava com a presença das advogadas de Flávio, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, Ramagem e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. Bierrenbach perguntou quem havia dito aquela frase, e Bolsonaro reafirmou: "O Witzel".

Luciana Pires então completou que "ele tinha a Polícia Civil na mão". Bolsonaro classificou a posição do ex-governador como "sede de poder".

Wilson Witzel se defendeu pelas redes sociais, negando qualquer oferecimento de "auxílio". Os áudios fazem parte do inquérito que investiga o uso da Abin para realizar espionagem ilegal de adversários políticos do ex-presidente.

A quarta fase da operação Última Milha aponta que a gravação contém Ramagem afirmando a necessidade de ações para anular a investigação que tinha Flávio Bolsonaro como alvo. No diálogo, discutiram maneiras de prejudicar os investigadores e afastar os auditores da Receita Federal.

Flávio Bolsonaro foi acusado de realizar movimentações bancárias suspeitas após um relatório produzido pelo Coaf.


Flávio Bolsonaro se defendeu

O senador se manifestou, dizendo que o "áudio mostra apenas minhas advogadas comunicando as suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal e com objetivo de prejudicar a mim e a minha família" e que "a partir dessas suspeitas, tomamos as medidas legais cabíveis.

O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que não 'tem jeitinho' e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei".

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