Gravações mostram Bolsonaro discutindo com aliados formas de blindar filho

Um dos objetivos era obter dados de dentro da Receita Federal para remover a pessoa responsável pelo processo

O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo da Polícia Federal
Foto: Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo da Polícia Federal


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) discutiu estratégias para acessar informações de órgãos oficiais sobre a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em relação às acusações de ‘rachadinhas’.

A transcrição de um áudio gravado pelo ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), revela conversas entre Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, e advogadas de Flávio. Bolsonaro chegou a afirmar que precisava deixar o assunto “fechadíssimo”.

A gravação, cujo sigilo foi derrubado nesta segunda-feira (15) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mostra a advogada Luciana Pires falando sobre a necessidade de encontrar informações de pessoas envolvidas nas investigações contra Flávio.

Um dos objetivos era obter dados de dentro da Receita Federal para remover a pessoa responsável pelo processo. “Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita [inaudível] esses acessos lá”, declarou Pires.

Em resposta, General Augusto Heleno comentou: “Tentar alertar ele que, ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar gente de confiança dele. Se vazar [inaudível]”.

Bolsonaro concordou e observou que “a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando favorecimento de ninguém”.


Os áudios

Os áudios fazem parte do inquérito que investiga o uso da Abin para realizar espionagem ilegal de adversários políticos do ex-presidente. A quarta fase da operação Última Milha aponta que a gravação contém Ramagem afirmando a necessidade de ações para anular a investigação que tinha Flávio Bolsonaro como alvo.

No diálogo, discutiram maneiras de prejudicar os investigadores e afastar os auditores da Receita Federal.

Flávio Bolsonaro foi acusado de realizar movimentações bancárias suspeitas após um relatório produzido pelo Coaf.

1 /12 General Braga Netto, ex-vice-presidente. Reprodução: Flipar
2 /12 Valdemar Costa Neto, presidente do PL. redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
3 /12 Ailton Barros, chamado de 'irmão' por Bolsonaro. redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
4 /12 General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa. Billy Boss/Câmara dos Deputados
5 /12 General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI. Lula Marques/Agência Brasil
6 /12 Marcelo Câmara, coronel do exército e ex-assessor de Bolsonaro. Reprodução
7 /12 Tercio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro. Reprodução/redes sociais
8 /12 Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos (Marinha do Brasil). Redes sociais
9 /12 Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Reprodução: Flickr
10 /12 General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira. Aleam/Flickr
11 /12 Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro. Reprodução: Redes Sociais
12 /12 Filipe Martins aparece em sessão executando possível gesto de apologia a supremacia branca. reprodução/tv senado


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