Juscelino será afastado se denúncia por corrupção for aceita, diz Lula

Ministro das Comunicações foi indiciado pela Polícia Federal por suposto desvio de verbas de emenda parlamentar

Juscelino Filho, do União Brasil, com o presidente Lula
Foto: Reprodução - 29.12.22
Juscelino Filho, do União Brasil, com o presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (26), que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), será afastado do ministério caso a  denúncia por corrupção  for acatada pela Justiça.

"Ele devia estar apreensivo. Há um pedido de indiciamento da Polícia Federal, que tem que ser aceito pelo [ministro do STF Alexandre de] Moraes ou pelo PGR. Eu, como fui vítima de calúnia, não tive presunção de inocência, disse ao Juscelino: 'A verdade só você que sabe'. Se o procurador indiciar você, você sabe que tem que mudar de posição", disse Lula em entrevista ao Uol .

Apesar de Lula usar o termo indiciamento, a Polícia Federal já indiciou o ministro por suposto desvio de verbas de emenda parlamentar. Cabe agora a aceitação da denúncia. Juscelino nega a acusação.

Hoje, o caso está sob sigilo e corre na Procuradoria Geral da República, que irá decidir se acata a denúncia contra Juscelino e a encaminha para a Justiça, tornando-o réu. Se isso acontecer, o processo passa para as mãos do Supremo Tribunal Federal.

Segundo Lula, se a denúncia for aceita, o ministro "vai ser afastado".

Entenda

No início do mês, a PF indiciou Juscelino Filho após concluir que ele faz parte de uma organização criminosa. O político é acusado de ter praticado corrupção passiva em relação ao desvio de verbas de projetos de pavimentação financiados com recursos públicos da estatal federal Codevasf.

O indiciamento ocorre sob suspeita dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Juscelino nega as acusações. Em comunicado, ele afirmou que vai provar a sua inocência e ressaltou que ser indiciado "não implica em culpa". "A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados", diz a nota.

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