Bolsonaro será indiciado pela PF por atos do 8 de janeiro, diz TV

Os investigadores afirmarão no documento que Bolsonaro debateu o conteúdo da minuta do golpe com assessores

Ex-presidente Jair Bolsonaro reúne apoiadores em manifestação política na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 21/04/2024
Ex-presidente Jair Bolsonaro reúne apoiadores em manifestação política na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro


A Polícia Federal deve indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) por ligação com os atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes da Praça dos Três Poderes.

De acordo com informações da CNN Brasil, fontes da PF relataram que o inquérito será finalizado em agosto e apontará fortes indícios de que os ex-ministros Braga Netto, Paulo Sergio Nogueira, Augusto Heleno e outros generais participaram da tentativa de golpe de estado.

Os investigadores afirmarão no documento que Bolsonaro debateu o conteúdo da minuta do golpe com assessores, sugerindo ajustes e pedindo mudanças.

O ex-presidente teria entregue o documento a generais e comandantes das Forças Armadas, tentando convencê-los a fazer parte do plano. No entanto, membros das FA’s resistiram, o que resultou em fortes discussões internas.

O ex-ministro da Defesa, Braga Netto, ofendeu o então comandante do Exército, general Freire Gomes, que se opunha ao golpe.

Paulo Sergio Nogueira, que também atuou no Ministério da Defesa, sucedendo Braga Netto, e o general Augusto Heleno, ex-GSI, foram flagrados discutindo com Bolsonaro estratégias para evitar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuasse no poder.

1 /28 O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais cinco réus por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Reprodução: Flipar
2 /28 Os cinco foram levados a julgamento por atuarem no vandalismo às sedes dos três poderes da República. Reprodução: Flipar
3 /28 Houve divergência em relação ao tempo de prisão e a dosimetria ainda será debatida, mas a maioria seguiu entendimento do relator Alexandre de Moraes. Veja a seguir quem são os novos condenados! Reprodução: Flipar
4 /28 Moisés dos Anjos - Morador de Leme, no interior paulista, ele foi detido dentro do Palácio do Planalto. Em seu celular, policiais encontraram fotos e áudios do dia da invasão comemorando a destruição do STF. Reprodução: Flipar
5 /28 Rosana Maciel Gomes - A motorista de aplicativo de 50 anos foi presa dentro do Palácio do Planalto. Reprodução: Flipar
6 /28 Fabrício de Moura Gomes - Morador de Ilhabela (SP), o empresário também foi preso dentro do Planalto. Reprodução: Flipar
7 /28 Cláudio Augusto Felippe - Policial militar aposentado de 59 anos, mora em São Paulo e foi detido no Palácio do Planalto. Reprodução: Flipar
8 /28 Osmar Hilbrand - Mais um dos condenados do STF que foi preso pela Polícia Militar dentro do Palácio do Planalto no 8 de janeiro. Reprodução: Flipar
9 /28 Jorginho Cardoso de Azevedo - Como os outros quatro condenados nessa nova leva, o morador de São Miguel do Iguaçu (PR) foi preso na sede da Presidência da República. Reprodução: Flipar
10 /28 Agora já são 20 os condenados pelos atos golpistas em Brasília (DF). Reprodução: Flipar
11 /28 Em meados de outubro, o STF condenou outros seis réus: Jorge Ferreira (Vale do Ribeira, SP), Cláudio Augusto Felippe (Jardim Jaraguá, SP), Jaqueline Freitas Gimenez (Juiz de Fora, MG), Marcelo Lopes do Carmo (Aparecida de Goiânia, GO), Reginaldo Carlos Beagiato Garcia (Jaguariúna, SP) e Edineia Paes da Silva Santos (Americana, SP). Reprodução: Flipar
12 /28 No início de outubro, o STF havia condenado três acusados de tomar parte nos atos, formando a segunda leva de julgados. Reprodução: Flipar
13 /28 Esses réus condenados são: Davis Baek (12 anos de prisão), João Lucas Valle Giffoni (14 anos de prisão) e Moacir José dos Santos (17 anos de prisão). Reprodução: Flipar
14 /28 O primeiro condenado entre todos, no dia 14 de setembro, foi Aécio Lúcio Costa Pereira, de 51 anos. Ele foi enquadrado em cinco crimes: dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa. Reprodução: Flipar
15 /28 A decisão do plenário do STF foi de oito votos a três pela condenação. A pena é de 17 anos de prisão. Reprodução: Flipar
16 /28 Luís Roberto Barroso, André Mendonça e Kassio Nunes Marques propuseram absolvição parcial do réu, mas para tipos penais diferentes. Reprodução: Flipar
17 /28 Revisor do processo, Kassio Nunes Marques defendeu pena de apenas dois anos e seis meses, em regime aberto. Em seu voto, ele definiu condenação somente por dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. Reprodução: Flipar
18 /28 Já Barroso votou pela condenação por outros crimes exceto por abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Reprodução: Flipar
19 /28 Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Rosa Weber seguiram integralmente o voto do relator, o ministro Alexandre de Moraes. Reprodução: Flipar
20 /28 Os ministros definiram que o cumprimento da sentença se dará da seguinte forma: 15 anos e 6 meses em regime fechado e 1 ano e 6 meses em regime aberto. Reprodução: Flipar
21 /28 Morador de Diadema, em São Paulo, Aécio Lúcio Costa Pereira foi funcionário da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo). Reprodução: Flipar
22 /28 Ele foi preso em flagrante dentro do Congresso Nacional pela Polícia do Senado no próprio dia 8 de janeiro. Reprodução: Flipar
23 /28 No dia 11 de janeiro, ele foi demitido da Sabesp após vídeo mostrando suas ações na casa legislativa circular na internet. Reprodução: Flipar
24 /28 No interrogatório que deu à Polícia Federal após ser preso em flagrante, Aécio Lúcio Costa Pereira declarou que foi ao Distrito Federal convidado por amigos que encontravam-se acampados no quartel do Exército em São Paulo, perto do Parque Ibirapuera. Reprodução: Flipar
25 /28 O segundo réu condenado pelo STF foi Thiago de Assis Mathar por 8 votos a 3. Reprodução: Flipar
26 /28 Mathar, de 43 anos, é produtor rural de Penápolis, em São Paulo, e pegou uma pena menor: 14 anos de prisão. Reprodução: Flipar
27 /28 Matheus Lima de Carvalho Lázaro foi o terceiro condenado na sessão presencial, com pena de 17 anos de prisão. Reprodução: Flipar
28 /28 Morador de Apucarana (PR), ele tem 24 anos. Nos atos, portava um canivete e enviou mensagens para a esposa declarando que iria “quebrar tudo” para o “Exército entrar”. Reprodução: Flipar


Apesar do pedido de indiciamento de Bolsonaro pela PF, a investigação não solicitará sua prisão. Qualquer mudança sobre o tema ocorrerá apenas em caso de desobediência.

O inquérito também mostrará que outras investigações envolvendo Bolsonaro, como a compra e venda de joias no exterior e a fraude no cartão de vacina do ex-presidente, parentes e amigos, estão relacionadas ao dia 8 de janeiro de 2023.

Bolsonaro já prestou depoimento sobre o caso, mas optou por ficar em silêncio. No entanto, ao fazer uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, ele negou ter articulado qualquer tipo de golpe de estado.


Derrota de Bolsonaro gerou revolta em apoiadores

Após o ex-presidente perder as eleições de 2022 para Lula, muitos bolsonaristas ficaram revoltados. Milhares de pessoas acamparam em frente a quartéis, exigindo intervenção militar.

Em 8 de janeiro de 2023, milhares de apoiadores de Bolsonaro foram até a Praça dos Três Poderes e invadiram os prédios. Centenas de pessoas foram presas e condenadas, o que resultou no início de uma extensa investigação para identificar os responsáveis pelo planejamento das invasões.

Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp