Bolsonaro indiciado: entenda os crimes atribuídos pela Polícia Federal

PF aponta que houve crime pelo uso indevido de documentação falsa em inserção de dados em cartão de vacina; ex-presidente, Mauro Cid e deputado são indiciados

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 03.10.22
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O ex-presidente  Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e mais 14 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal (PF) no caso que apura a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19.

Segundo os investigadores, um  grupo de pessoas ligadas a Bolsonaro incluiu informações falsas em um sistema do Ministério da Saúde para beneficiar o ex-presidente, parentes e seus auxiliares. A informação foi revelada pelo portal G1 nesta terça-feira (19).

O processo segue para o Ministério Público, que decide efetivamente apresentar denúncia à Justiça ou arquivar a investigação. De acordo com a PF,  Bolsonaro teria cometido os crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações. Entenda mais abaixo.

Associação criminosa

Considerado um crime contra a paz pública, a associação criminosa (artigo 288 do Código Penal) fica configurada quando três ou mais pessoas se reúnem para cometer uma prática criminosa. A punição prevista na legislação penal é de um a três anos de reclusão.

Inserção de dados falsos em sistema de informações

Também conhecido como peculato digital, o crime está previsto no Código Penal e se configura quando um funcionário autorizado facilita ou insere dados falsos, ou altera ou exclui dados de sistemas informatizados ou bancos de dados da administração pública, para causar dano ou conseguir vantagem indevida para si ou para outros.

A pena prevista é de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa. Veja abaixo a lista de indiciados e os crimes imputados pela Polícia Federal:

Mauro Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Uso de documento falso
  • Associação criminosa

Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Uso de documento falso em nome próprio e das filhas

Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal pelo MDB-RJ

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa


Luís Marcos dos Reis,  sargento do Exército, ex-integrante da equipe de Mauro Cid

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações


Farley Vinicius Alcântara,  médico e sobrinho de Luís Marcos dos Reis

  • Falsidade ideológica de documento público
  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações


João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ)

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa


Max Guilherme Machado de Moura, ex-assessor de Bolsonaro

  • Uso de documento falso
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa


Sergio Rocha Cordeiro, segurança de Bolsonaro

  • Uso de documento falso
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa


Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações


Eduardo Crespo Alves, militar

  • Tentativa de inserção de dados falsos em sistema de informações


Ailton Gonçalves Moraes Barros,  capitão reformado, também investigado na Operação  Tempus Veritatis

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Falsidade ideológica de documento público
  • Associação criminosa


Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da Prefeitura de Duque de Caxias

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações


Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa


Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde de Duque de Caxias

  • Inserção de dados falsos em sistema de informações
  • Associação criminosa

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