O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou da burocracia estatal para combater a fome no Brasil. A declaração aconteceu após o chefe do Executivo assinar decretos sobre as cozinhas solidárias e a nova cesta básica, nesta terça-feira (5), após a reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) .
"A burocracia atrapalha para cacete e enche o saco. Você tem muito mais gente para colocar obstáculo do que para facilitar, muito mais gente para dizer não. Eu conheço bem a máquina pública. E se o cidadão tiver má vontade, aí juntou a fome com a vontade de comer", comentou o presidente, em evento realizado no Planalto, em Brasília.
"É importante que a gente não permita que nenhum problema burocrático de qualquer instância do governo crie problema", acrescentou. "Quando tiver um problema, por favor, essa coisa é resolvida na mesa da Presidência da República. Portanto, não vamos ficar conversando pelos corredores, se queixando pelos banheiros, nas reuniões, fazendo Zap [WhatsApp] dizendo que não tá dando certo porque fulano não me atendeu", finalizou.
Decretos
Lula assinou dois decretos nesta terça-feira. O primeiro se trata das cozinhas solidárias, criadas durante a pandemia e que consistem no preparo e distribuição de refeições. O texto regulamenta a iniciativa, institucionalizada em 2023, e aponta medidas que serão atendidas em todo o país.
Já o segundo, dispõe sobre uma nova composição da seleção de alimentos para a cesta básica, que estará alinhada a padrões saudáveis de alimentação. Com a medida, serão inseridos na cesta mais alimentos in natura ou minimamente processados.
Bolsa Família
Lula também falou em aperfeiçoar o programa Bolsa Família. Publicamente, o presidente chamou atenção do ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social. "Wellington, uma coisa que a gente tem que ver é de vez em quando revisão do nosso Cad [CadastroÚnico]. Para saber se está todo mundo que precisa estar lá dentro ou se tem gente que não precisa e está lá dentro", disse.
"Vocês sabem que de vez em quando aparece alguém malandro para ocupar o lugar de quem precisa. Então é preciso que a gente faça seriedade na fiscalização para que a política pública seja corretamente aplicada. A gente pode errar em qualquer coisa, mas no combate à fome a gente não pode errar", acrescentou.