O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) foi vaiado durante uma sessão em homenagem aos 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
, nesta quarta-feira (28), dentro da Câmara dos Deputados
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Relator da CPI do MST em 2023, o ex-ministro do Meio Ambiente afirmou que não via motivos para celebrar os 40 anos do movimento, classificando o trabalho do grupo como "fracassado".
"Infelizmente os achados que tivemos na CPI do MST sob a nossa ótica não trazem motivo para a comemoração. Em diversos estados da federação o que nós vimos nos acampamentos e assentamentos foi uma miséria generalizada e o insucesso de um modelo que não deu certo", disse o deputado.
Em meio ao discurso de Salles, os participantes do MST interromperam a fala do deputado. "Golpista", "fascista" e "fora, Salles" foram alguns dos gritos escutados na Câmara dos Deputados.
Relator da CPI do MST, Ricardo Salles discursou em sessão em homenagem aos 40 anos do movimento. Ele foi vaiado, chamado de fascista e o público deu as costas são pronunciamento na tribuna do plenário pic.twitter.com/WQt5nXGWHv
— Levy Teles (@Levynho_) February 28, 2024
Fora o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também discursou contra o MST. "Foram 40 anos de destruição", disparou o parlamentar.
Evair de Melo (PP-ES) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), outros dois deputados bolsonaristas, também se inscreveram para discursar, mas mudaram de ideia e não falaram.
Reação
Líder do governo na Câmara, José Guimarães reprovou a atitude da posição na sessão. "Essa é uma sessão de homenagem ao MST aprovada pelo plenário da Casa e não pode ser transformada numa sessão de provocação", disse o petista.
"Não estamos fazendo nada que não esteja dentro do regimento da Câmara. Quem está aqui hoje é o MST e não os bolsonaristas que querem provocar e tentar dificultar essa sessão", acrescentou o parlamentar.
Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS), responsável por presidir a sessão, declarou que nunca tinha visto uma homenagem à uma instituição "ser desrespeitada por integrantes da Câmara".