Haddad diz que frase de Lula sobre Israel pode ser discutida

Porém, ministro defendeu o discurso, chamando-o de "pertinente"

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT)


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou nesta quarta-feira (21) que a comparação feita entre os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza com o Holocausto feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode mudar “uma palavra ou outra”. Porém, ele disse que a mensagem do chefe do Executivo é “pertinente”.

“Aquele grito... Pode ser discutida uma palavra ou outra do discurso do presidente, mas o grito de socorro do presidente, ele é pertinente. Não podemos ficar indiferentes ao que está acontecendo, que é muito grave (...) Eu não gostaria de sair da essência, que é buscar a solução para aquele problema, de preferência com dois Estados, como está previsto na resolução das Nações Unidas”, disse Haddad em entrevista à jornalista Miriam Leitão.

O ministro da Fazenda também relatou que o Brasil defende e reconhece o Estado de Israel, assim como o país é favorável ao Estado palestino.

"O estado de Israel, que o Brasil defende, todos nós defendemos sua integridade, depois de tudo que o povo judeu viveu. Não tenho a menor dúvida que isso se revelou uma necessidade histórica incontornável, e do Estado palestino", completou.

O Hamas atacou Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas, segundo o governo israelense. Por conta disso, Israel passou a atacar a Faixa de Gaza com a justificativa de acabar com o grupo terrorista.

Porém, Lula tem dito que o ataque do governo de Israel é desproporcional e tem matado milhares de inocentes. Seu posicionamento mais duro ocorreu domingo (18) durante uma entrevista na Etiópia, onde participava da 37ª Cúpula da União Africana.


Ao comentar sobre a situação na Faixa de Gaza e o povo palestino, Lula estabeleceu um paralelo histórico, comparando a tragédia atual com os horrores do Holocausto.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", declarou o presidente brasileiro.