Ramagem se encontra com Pacheco e diz que foi intimado a depor

O deputado afirmou que o depoimento deve acontecer no final de fevereiro

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)
Foto: Divulgação: PF
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ)  afirmou nesta quarta-feira (31), que irá prestar depoimento no final de fevereiro sobre as suspeitas de espionagem ilegal envolvendo a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) . Ele foi intimado pela Polícia Federal.

"Fui finalmente intimado para o final de fevereiro. No mandado de busca eu não tive intimação, eu perguntei. Até [falei]: vamos ao interrogatório. 'Não, não tem intimação, vai ser posterior'. Diferente do que a imprensa noticiou. Só fui intimado agora", disse a jornalistas.

Ramagem se tornou alvo de busca e apreensão da PF no dia 25. Ele é o ex-diretor-geral da Abin e ex-delegado da Polícia Federal. Segundo a corporação, o deputado teria imprimido documentos sigilosos sobre inquéritos policiais do Rio de Janeiro.

A residência e o gabinete de Ramagem foram alvos da Polícia Federal na semana passada. 

Nesta quarta-feira (31), Ramagem teve um breve encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e com o senador Hiran Gonçalves (PP-RR). Segundo o deputado, a conversa foi boa e afirmou que eles trataram de questões parlamentares.


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se reuniu com Pacheco e afirmou que a Polícia Federal fez "um espetáculo" ao "pousar um helicóptero em uma cidade com 500 habitantes para buscar um telefone de um vereador".

Ele se refere a Operação da PF deflagrada na segunda-feira (29), que teve o irmão, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) como um dos alvos


Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos: um em Angra dos Reis, cinco no Rio de Janeiro, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador (BA).

Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático alheio e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial.

Após a operação da PF na segunda,  Pacheco afirmou que irá solicitar um ofício no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso à lista de parlamentares que foram espionados pela Abin durante o comando do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem.

"Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência, dada a gravidade que um fato dessa natureza representa", disse Rodrigo Pacheco em nota enviada ao iG.