Nesta terça-feira (30), o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que há "provas inequívocas" da existência de um esquema de monitoramento ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL), na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro deu a declaração em entrevista ao Estúdio I, na GloboNews.
"Há provas inequívocas de que houve a utilização de uma ferramenta que implicava na invasão da privacidade de pessoas sem autorização judicial(...) Uma agência de inteligência não pode fazer investigação criminal", afirmou o ministro.
Dino também repudiou o uso da Abin para interesses políticos, mas ainda defendeu a agência enquanto instituição:
"A Abin tem excelentes quadros técnicos, ótimos profissionais. Portanto, não há uma ideia de que toda a instituição deva ser descartada. Mas, uma análise atenta vai demonstrar que desde o SNI, o extinto Serviço Nacional de Informações, após a aprovação da Constituição de 88, não houve um debate mais aprofundado quanto a esse modelo" disse.
De acordo com Dino, a autoria do esquema ilegal deve ser descoberta em breve, e funcionários públicos podem ser afastados por obstrução de investigação.