Brasil pede diálogo após Venezuela enviar tropas para Guiana

Essequibo, território da Guiana, é alvo de disputa por petróleo

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro e presidente da Guiana, Irfaan Ali
Foto: Montagem iG / Imagens: Fotos Públicas e Freddie Everett/ Public Domain
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro e presidente da Guiana, Irfaan Ali

O governo brasileiro emitiu uma nota nesta sexta-feira (29) pedindo a retomada do diálogo nas negociações entre Venezuela e Essequibo . O território da Guiana é alvo de disputa por petróleo.

O comunicado é divulgado após a Venezuela anunciar que enviará tropas para a região de fronteira com Essequibo. O envio de militares ao local é uma resposta a um anúncio do Reino Unido, que afirmou que irá enviar um navio militar à costa da Guiana.

“O Brasil conclama as partes à contenção, ao retorno ao diálogo e ao respeito ao espírito e à letra da Declaração de Argyle”, diz o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, referindo-se ao  acordo que os dois países fizeram no último dia 14 de dezembro.

“O governo brasileiro acredita que demonstrações militares de apoio a qualquer das partes devem ser evitadas, a fim de que o processo de diálogo ora em curso possa produzir resultados”, destaca o governo brasileiro.


Motivo da disputa

O conflito por conta da região de Essequibo remete ao século 19, durante o processo de criação da Guiana. Foi em 2015, porém, que a situação voltou a ser pauta quando a empresa petrolífera estadunidense ExxonMobil passou a explorar a região. A área é rica em petróleo depois da companhia encontrar diversas reservas.

Estima-se que haja reservas de 11 bilhões de barris de petróleo, sendo a maior parte na região de Essequibo.

Desde então, a Guiana despontou na exploração de jazidas de petróleo, mudando a economia local. Somente no ano passado, a economia do país cresceu 62%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), representando a maior taxa do mundo.

A Venezuela acusa a ExxonMobil não apenas de explorar um território em disputa, mas também de ser usada pelos Estados Unidos para incentivar um conflito local.