Paulo Gonet, indicado ao cargo de Procurador-Geral da República, defendeu nesta quarta-feira (13) o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Os dois possuem relação muito próxima, já foram sócios do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público) e o decano da Corte chegou a apoiá-lo para ser nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo de PGR.
"Nós dois não somos mais sócios, mas posso afirmar que esse instituto faz o sucesso que tem hoje pelo empenho pessoal também de cada um dos professores, de cada um dos que criaram o instituto”, explicou.
“O ministro Gilmar Mendes é um nome honrado, dedicado ao bem, que não merece especulações totalmente desfundamentadas (sic) sobre o seu modo de agir. Posso dar meu testemunho da lisura do comportamento dele durante todo o período em que estive no IDP como sócio e agora como professor”, completou.
A posição de Gonet é contrária ao ataque feito pelo senador Alessandro Vieira contra Gilmar Mendes. O parlamentar acusou o decano da Corte de “pressionar parlamentares conforme seus interesses”.
“O que é preciso ser combatida é a naturalização da política da mais alta magistratura, como atuação da Suprema Corte na área política. Quando digo política, não é a política com ‘P’ maiúsculo, que é voltada ao interesse público. Estou falando de politicagem, que é baixa, fisiológica, oportunista e cínica”, declarou o senador.
“Não sou de meias palavras, então gosto de ser bem compreendido por quem nos ouve, vou dar um exemplo, que é a atuação do decano do STF, ministro Gilmar Mendes. Homem dotado da mais alta capacidade intelectual, mas carente do mínimo pudor ético. Um cidadão que não tem o menor constrangimento em juntar no mesmo festim investigados, julgadores e partes interessadas em processos em cursos na Corte Superior. Um servidor público que se transformou milionário em atividade paralela como empresário na área da educação, posição que a magistratura repudia”, acrescentou.
“Não tem constrangimento em usar a força do seu cargo como ministro para pressionar parlamentares, inclusive desta Casa, conforme seus interesses particulares ou de terceiros. E temos várias testemunhas”, concluiu.
Senadores rebateramm Alessandro Vieira
Os senadores Jayme Campos (União Brasil-MT) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR) saíram em defesa de Gilmar Mendes. O primeiro destacou que o ministro possui uma escola conceituada em Brasília, o que justifica parte da sua fortuna. Já o segundo parlamentar lamentou os ataques feitos por Vieira.
“Uma pessoa de maior respeito, que sei como adquiriu [patrimônio] ao longo da sua vida, que foi com seu trabalho. Antes de ser ministro, ele tinha uma faculdade aqui em Brasília, que é uma referência em todo território nacional [..] Não podemos fazer acusações como foram feitas aqui”, disse o senador Campos.
“Me uno ao senador Jayme. Ministro Gilmar não merece esses ataques sórdidos, como são feitos”, acrescentou Mecias.