Número 3 da Abin é afastado e PF prende servidores

Investigados teriam utilizado o sistema FirstMile para o monitoramento ilegal de servidores públicos, juízes e até integrantes do STF

Prédio da Abin
Foto: Reprodução: commons
Prédio da Abin

A Polícia Federal prendeu dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nesta sexta-feira (20), durante a operação Última Milha . Ainda, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu o afastamento de cinco funcionários do órgão, entre eles, dois diretores da Abin.

Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, suspeitos de coerção, foram os servidores presos nesta manhã. Entre os afastados, está o número 3 da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto, que ocupava o cargo desde o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A suspeita é que os investigados teriam utilizado o sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, para o monitoramento ilegal de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até juízes e integrantes do STF. A ferramenta pode acompanhar até 10 mil celulares a cada 12 meses. 

Os suspeitos teriam invadido a telefonia brasileira e utilizado o serviço de geolocalização. “A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, informou a PF, em nota.

Os alvos da operação podem responder por invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial.

A operação ocorre nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. A PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão, além das prisões. Até o momento, cerca de US$ 150 mil foram encontrados em endereços de investigados.